Deputada Célia Xakriabá e grupo de indígenas sofrem racismo em Ouro Preto

Deputada Célia Xakriabá e grupo de indígenas sofrem racismo em Ouro Preto

A visita de Célia Xakriabá (PSOL) a Ouro Preto infelizmente ficará marcada por um episódio negativo. A deputada federal passou por um episódio de racismo em um restaurante da cidade, após participar de um evento. Ela relata que 6 indivíduos, entre eles homens e mulheres, questionaram a presença de “índios” naquele local.

De acordo com informações do Estado de Minas, a parlamentar estava acompanhada das assessoras Sateré Mawé e Werymehe Pataxó.

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O RELATO DE CÉLIA XACRIABÁ SOBRE O CASO DE RACISMO EM OURO PRETO

A parlamentar divulgou em suas redes sociais um vídeo em que relata a situação de racismo. De acordo com Célia, um grupo de indivíduos começou a hostilizar ela e as pessoas que a acompanhavam, que também estavam com trajes característicos de sua cultura.

Ela afirma que logo quando chegou ao restaurante Sebastião, já sentiu olhares e comentários agressivos.

“Quando chegamos no salão principal, onde as mesas estavam reservadas, escutamos nitidamente ‘como esses índios estão nos lugares onde eles estão’. A minha reação foi assim, de imediata, indígenas agora são eleitos também deputados”

Portanto, veja o vídeo do relato:

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Informações do G1 dão conta que os suspeitos das agressões são a delegada Andrea Mendes de Souza Abood e o perito criminal aposentado Cleber Abood Fernandes, da Polícia Civil (PCMG), Mércia Regina Salomão Meni Abood, Afonso Abood Fernandes, Nerci Gonçalves Pereira e Armando Pereira.

Outras pessoas presentes afirma que as agressões mais pesadas eram direcionadas para as mulheres que estavam ali, que se sentiram coagidas e muito constrangidas. Por conta das agressões, ninguém conseguiu comer. A polícia foi chamada e não liberou os suspeitos e as vítimas até ouvir todo o relato.

ACOLHIMENTO E APOIO

Contudo, após a divulgação do ocorrido, grupos identitários de Ouro Preto foram até o local para prestar apoio. Estiveram presentes o Movimento Negro de Ouro Preto, o Coletivo BORUM-KREN de indígenas de Ouro Preto, a Prefeitura pela Diretoria de Igualdade Racial e o Grupo de Estudos Neabi da UFOP.

O restaurante Sebastião também prestou apoio à Célia, colocando ela e o grupo agredido em um local separado e seguro. Em entrevista ao Galilé, Milsane de Paula, dona do estabelecimento, afirmou: “O Restaurante Sebastião não compactua com nenhum tipo de ato racista com nenhuma pessoa. Eu sou uma mulher preta, emprego mulheres. O restaurante se colocou de uma forma que acolhesse aquelas pessoas.”

Ela também afirmou que se preparou durante todo o dia para receber Célia e Malcom Ferdinand, escritor que também esteve presente no evento. Por isso, o ocorrido transformou um dia que seria de alegria ao Sebastião, em um episódio triste. A atitude de apoio da equipe do restaurante foi elogiada por Célia e pelos grupos que a acompanhavam.

CRIME DE RACISMO

A deputada ainda se mostrou arrependida de não ser mais incisiva na resposta aos ataques, porém comenta que ficou com medo da resposta dos homens, que estavam alcoolizados.

Aliás, Célia fez questão de lembrar a lei que tipifica o racismo como crime, sancionada no dia 12 de janeiro. Antes, existia a contravenção chamada “injúria racial”. Com essa mudança, a pena foi aumentada de um a três anos para de dois a cinco anos de reclusão.

A nova lei que tipifica como crime de racismo a injúria racial é importante não apenas para a luta contra o racismo contra a população negra, mas também para os povos originários do Brasil. Historicamente, os povos indígenas sofreram com a discriminação, a violência e a exclusão social, e essa situação muitas vezes é reforçada pela injúria racial.

A partir do momento em que a injúria racial é equiparada ao crime de racismo, as pessoas que cometerem esse tipo de crime contra os povos originários estarão sujeitas a uma pena mais rigorosa. Isso pode contribuir para o fortalecimento da luta dos povos indígenas por seus direitos e pela valorização de suas culturas, ao mesmo tempo em que oferece uma maior proteção contra a violência e o preconceito.

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