Dois artistas de Mariana, emergidos na cultura Hip Hop, se apresentarão em Ouro Preto nesta quinta (27). Na cidade que se tornou patrimônio, Aquiles e Kinte se unem para criar uma forma de arte que representa as realidades e lutas das comunidades marginalizadas, conhecidas como “quebradas” ou periferias. E cai bem a calhar nas cidades históricas que as vezes se esquecem que a maior parte de sua população reside fora dos centros protegidos pelos órgãos patrimoniais. Mariana e Ouro Preto são, em essência, a periferia. É a quebrada que trabalha, é a quebrada que constrói. Agora, os artistas querem mostrar que a quebrada também encanta e cria conhecimento e arte. A apresentação acontece amanhã, a partir das 14h no Teatro do Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
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Cada faixa musical criada por eles é comparada a um quadro, transmitindo sensações, cenários, sentimentos e ideias. O objetivo desses artistas é imergir o ouvinte em uma exposição de “quadros sonoros”, retratando diferentes conceitos e cenários que representam a busca pela emancipação através da arte. Essa batalha artística é descrita como um manifesto de liberdade e expressão, especialmente em meio à desigualdade social e às dificuldades de viver nas vielas e morros das periferias.
Aquiles, no começo deste ano lançou o seu álbum “Quadros”, com faixas trazendo reflexões sobre a vida e sobre questões sociais. Caio está produzindo seus sons desde 2019 e encontrou no Hip Hop o alto-falante da sua voz.
Embora enfrentem desafios impostos por uma realidade difícil, eles caminham rumo ao destino, com sorrisos estampados em seus rostos. No entanto, por trás das sombras que os cercam, eles estão acompanhados pelos ecos de uma comunidade esquecida pelo Estado, onde a desigualdade social e a falta de apoio contrastam com a segurança e a esperança.
Os artistas, corajosamente, desafiam as circunstâncias, representando a resistência e a força da juventude marginalizada. Decididos a quebrar barreiras, eles anunciam suas festas na laje, convidando toda a periferia para participar e transformando a cidade que os marginaliza em seu próprio território. Eles encontram na pista de resistência um espaço para expressar sua moral e suas vozes ecoam pelas ruas, reivindicando seu espaço e mostrando ao mundo a força latente capaz de superar barreiras.
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Os protagonistas dessa história, Aquiles e Kinte, são os agentes dessa transformação, usando a arte como arma para expressão e emancipação. Eles buscam contar a história da periferia, para que ela seja ouvida e compreendida em toda a sua diversidade e potencial. A mensagem central é a importância da arte como uma forma de enfrentar desafios, resistir à opressão e expressar a luta pela liberdade e igualdade em comunidades desfavorecidas.
O espetáculo “Do quadro ao Caos” enfatiza a interseção desses artistas e homenageia a cena artistica na qual estão inseridos por meio de uma performance nunca antes vista.
Aquiles, o poeta é o pseudônimo usado por Paulinho, estudante de jornalismo da UFOP, para se apresentar enquanto MC nas ruas, praças e quebradas de Ouro Preto e Mariana. Kinte é o pseudônimo de Caio Duarte, que também estuda jornalismo na federal dos Inconfidentes. O espetáculo tem a produção de Marina Ferreira, com participação musical das cantoras Samila Mairynk e Beatriz Costa. Os dançarinos serão a Gabi Augusta, Beatriz Costa e Løk. A captação audiovisual fica por conta de Anthony Christian e as os registros fotográficos ficam por conta de Perera.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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