Nature e New York Times fazem publicações favoráveis a Lula por preocupação com a Amazônia

Nature e New York Times fazem publicações favoráveis a Lula por preocupação com a Amazônia

Na semana decisiva para o futuro eleitoral do Brasil, dois importantes portais americanos, Nature e New York Times, fizeram publicações favoráveis a Lula (PT) por preocupação sobre o meio ambiente, mais precisamente focando a Amazônia e sua influência na questão ambiental mundial.

Na terça-feira (25), a Nature intitulou sua publicação com “Há apenas uma escolha na eleição do Brasil – para o país e o mundo”. Nela, o jornal diz que já temia a eleição de Jair Bolsonaro (PL) há quatro anos atrás, lembrando um post de 2018 que dizia “A eleição de Jair Bolsonaro é ruim para a pesquisa e o meio ambiente”.

“O histórico de Bolsonaro é de arregalar os olhos. Sob sua liderança, o meio ambiente foi devastado quando ele retirou as proteções legais e menosprezou os direitos dos povos indígenas. Somente na Amazônia, o desmatamento quase dobrou desde 2018, com mais um aumento esperado quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil divulgar seus últimos dados de desmatamento nas próximas semanas”, avalia o jornal sobre Bolsonaro.

A Nature também destacou semelhanças entre Bolsonaro e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citando que ambos tenham ignorado os alertas científicos sobre a Covid-19 e tenham diminuído o financiamento para ciência e inovação ao mesmo tempo que tinham queda de reputação ambiental.

“Nenhum líder político chega perto de ser perfeito. Mas os últimos quatro anos do Brasil são um lembrete do que acontece quando aqueles que elegemos desmantelam ativamente as instituições destinadas a reduzir a pobreza, proteger a saúde pública, impulsionar a ciência e o conhecimento, proteger o meio ambiente e defender a justiça e a integridade das evidências. Os eleitores do Brasil têm uma oportunidade valiosa para começar a reconstruir o que Bolsonaro derrubou. Se Bolsonaro pegar mais quatro anos, o dano pode ser irreparável”, conclui a Nature.

Já o New York Times publicou um vídeo na quinta-feira (27), em defesa da Amazônia, dizendo que a eleição de domingo (30) “vai definir o futuro do planeta”. Na produção, o narrador diz que o atual governo representa uma ameaça à natureza e aos povos indígenas brasileiros. “Todos nós precisamos desesperadamente de um novo presidente brasileiro que não queime tudo”, diz o conteúdo.

O New York Times destaca ainda o PL 2633, dizendo que o projeto de lei, se aprovado, pode causar “a última conta para a destruição da Amazônia”, já que o mesmo daria terras desmatadas ilegalmente aos criminosos que a roubaram.

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Bolsonaro e a Amazônia

Entre agosto de 2021 a julho de 2022, 8,6 mil km² de bioma foi derrubado na Amazônia, de acordo com os dados divulgados pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). Se o último ciclo se repetir, o governo Jair Bolsonaro caminha para concluir seu quarto ano com o desmatamento anual da floresta amazônica igual ou maior que 10 km².

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da LCA Consultores mostrou o tamanho do prejuízo colocado na economia mundial pela destruição da floresta amazônica nos últimos quatro anos.

A análise, que foi publicada pelo O Globo, mostra que “o forte aumento dos desmatamentos e emissões de gases de efeito estufa (frente a 2018) gerou um prejuízo econômico para o mundo de R$ 1,18 trilhão” – o que corresponde a 12,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2021.

O cálculo matemático mostra como o desmatamento acaba inviabilizando a geração de riqueza, principalmente se considerar os impactos sistêmicos da perda da floresta à biodiversidade e ao clima.

A somatória dos últimos quatro anos, durante o governo Bolsonaro, diz respeito a quase 50 mil km2 de floresta derrubados, representando um aumento de 72% em relação ao quadriênio anterior (2015-2018) e de 125% na comparação com o período 2011 a 2014.

Lula e a Amazônia

O governo Lula, quando assumiu, pegou uma das maiores taxas de desmatamento da história e entregou o governo com uma queda vertiginosa nos índices. De 2002 (21,6 mil km²) a 2011 (6,4 mil km²), no mandato do atual candidato petista à presidência da República, até a posse de Dilma Rousseff, a taxa de desmatamento diminuiu 70,3%.

Na contramão, de 2003 a 2006, a área total de floresta destruída nos três primeiros anos do governo Lula foi maior em comparação com o mesmo período de Bolsonaro. Mas a taxa de desmatamento foi reduzida consideravelmente e chegou aos menores patamares históricos entre 2006 e 2015, principalmente quando Dilma Rousseff assumiu a presidência.

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