A ouro-pretana Madu Dumont, 64, escritora, promoveu em sua residência uma confraternização com moradores de rua que ficam na maioria do tempo no “Beco do Claudino”. O Natal desperta, por se tratar de um momento de reflexão e renascimento, os sentimentos de sensibilidade e amor. Motivada por esses sentimentos, a moradora decidiu ouvir e compreender aquelas pessoas, que estão presentes na rotina de todos mas que são invisibilizadas e tratadas como um papel em branco, sem história.
O momento aconteceu no dia 19 de dezembro, em que as amigas Madu, Milsane e Marta, através do apoio de amigos, conseguiram presentear e promover um jantar. “Resolvemos recebê-los em minha casa e fizemos um apelo aos amigos que nos doassem roupas, sapatos e presentes para os filhos dessas pessoas. Talvez tenha sido pra nós três o melhor Natal de nossas vidas”, relatou Madu.
O Adriano, 35 anos, pediu como presente, um violão e um sapato tamanho 41; o Afrânio, 43, queria como presente de natal tirar seus documentos; o Agnaldo, 40 anos, pediu qualquer coisa, mas como sugestão um casaco bem quente. Esses foram alguns dos exemplos dos pedidos que foram recebidos. E como num filme, em que tudo é escrito nos mínimos detalhes, os planos iniciais eram de que a troca acontecesse na rua, porém, uma chuva aconteceu e mais, o ditado popular a união faz a força, tomou forma. “[No dia] estava chovendo, tínhamos pensado em fazer na rua. Mas foi muito melhor dentro de casa! Eles jantaram o estrogonofe delicioso e cada um recebeu um par de tênis, uma roupa, um kit de higiene e principalmente cesta básica, presente para os filhos e receberam, também, panetones. Tudo isso através de doações de amigos que nos consideraram e amaram também. Hoje eles [os convidados] sabem que não são mais invisíveis”, descreveu a anfitriã.
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“Um simples ato de carinho, cria uma onda sem fim” é uma frase de uma propaganda oriental de 2014, que viralizou nas redes sociais e foi traduzida para diversos idiomas, Ripple, é o nome do take. O vídeo mostra como atos de carinho não somente voltam como coisas boas para quem os faz, mas motivam outros e outras a fazerem algo também, são sementes. Já que estamos mais próximos um do outro do que imaginamos.
Com o intuito de promover mais datas felizes para os moradores de rua, a intenção é que o projeto siga em frente não somente no natal, mas em outras datas comemorativas. A proprietária da Casa do Beco, quer fazer com que o seu lar seja referência de acolhimento e escuta: “ Às vezes eles pedem, um pacote de arroz, um litro de óleo. E terei isso para que eu possa atender a essas pessoas e dar a elas o amor de verdade, porque foi uma coisa extraordinária é difícil de explicar a emoção”, finalizou a idealizadora e escritora, Madu Dumont.
Para contribuir, não só no natal, mas durante o ano todo, as doações podem ser deixadas na própria casa da escritora ou no restaurante Sebastião, localizado na Praça Tiradentes. Não são realizadas doações de dinheiro.
Jornalista formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Atua na Real FM pela editoria de esportes e é apresentadora do Papo de Bola (Escola da Bola) e da Live Jay Sports.