Alunas da Medicina da UFOP protestam contra assédio e pedem exoneração de professor

Alunas da Medicina da UFOP protestam contra assédio e pedem exoneração de professor

O Dia Internacional das Mulheres marcou um importante ato das alunas de Medicina da UFOP. Nesta quarta-feira (08), o Centro Acadêmico de Medicina da UFOP (CALMED-MG) realizou uma manifestação no Campus Morro do Cruzeiro, sede da maioria dos cursos da instituição, com o intuito de estimular denúncias e levar informações às vítimas, além de conscientizar a sociedade sobre o assédio moral e sexual.

No entanto, essa não foi a primeira ação do grupo, que na semana passada divulgou uma nota em suas redes sociais sobre o mesmo tema. No documento, o CALMED relatou abusos de um professor e pediu sua exoneração. Embora o nome do professor não tenha sido revelado, a declaração afirmou que ele tinha outras acusações em seu nome.

Em comunicado à imprensa, o CALMED informou que desde 2009 existem denúncias contra o referido professor, no entanto ele ainda faz parte do quadro de docentes da UFOP. Outros Centros Acadêmicos da instituição também relataram casos semelhantes e de igual gravidade.

Por isso, ao longo desta semana, foram realizadas rodas de conversa e organização para coletar mais denúncias e fortalecer o movimento.

O ATO: RESISTÊNCIA, CARTAZES FORTES E OCUPAÇÃO

O ato começou às 12h, no Instituto de Ciências Exatas e Biológicas (ICEB), e seguiu em direção ao restaurante universitário. Centenas de pessoas se reuniram na manifestação, entoando cantos como “Ei, UFOP, não se cala não, queremos a exoneração”. A bateria das atléticas também esteve presente para fazer barulho.

Uma cena muito forte no início do protesto chamou a atenção: dezenas de bexigas com “ASSEDIADOR” escrito foram espalhadas pelo chão da cantina do ICEB. Quando os batuques começaram, as mulheres começaram a estourar os balões, com muita raiva.

Os cartazes levados também continham mensagens fortes. Muitas alunas tinham o rosto pintado de vermelho, com o desenho de uma mão. Durante todo o ato, a emoção tomou conta. Todos os cânticos foram entoados com raiva e indignação. Quando já estavam no restaurante universitário, uma das alunas pediu a palavra e leu o seguinte texto:

“Conversando com outras, descubro que não sou a única sofrendo. Descubro que não sou a primeira, nem serei a última. Lutamos para ter o direito de estudar em uma universidade do estado. Mas esse direito é ameaçado com violência e ataques. E não vemos outra saída, senão a subida, aos amigos, professores e responsáveis.Universidade Federal de Outro Planeta? Só se de outro planeta for, para passar pano pra picareta. Muitas já passaram por aqui, injustiçadas, violentadas, muitas não foram capazes de permanecer, e é por essas que lutaremos até vencer. Não queremos conversa fiada, tentativas de silenciamento ou uma falsa punição, nós queremos exoneração.”

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A estudante Laene Abreu revelou que há alguns dias a CALMED está buscando mais denúncias, de outros cursos:

“A gente precisa de denúncias formais, feitas pela ouvidoria feminina da UFOP, para que ocorra as aberturas de processos administrativos contra esses professores. Quermos mostrar para toda a UFOP para todos os cursos o que a gente ta fazendo e mostrar para as vítimas que elas tem poder para denunciar e quea gente vai lutar até ter espaço, não vamos deixar passar em branco.”

Disse Laene ao Jornal Galilé.

Portanto, a manifestação recebeu o apoio de diversos centros acadêmicos da universidade. Durante o ato, muitas pessoas se juntaram ao CALMED, fazendo um coro emocionante ao final das palavras das meninas.

RESPOSTAS DA UFOP SOBRE OS CASOS DE ASSÉDIO

O jornal Galilé buscou ouvir a Assessoria de Comunicação da UFOP a respeito das acusações contra o professor denunciado pelo CALMED-MG. Em resposta, a instituição afirmou que o processo administrativo ainda está em curso e é por conta disso que o professor continua lecionando. Por fim, a UFOP também ressaltou que, em casos de assédio, o trâmite habitual é instaurar um processo administrativo para investigar a denúncia.

No entanto, o movimento do CALMED parece já ter surtido efeito. Após as manifestações, a UFOP anexou novas denúncias ao processo administrativo disciplinar.

É importante destacar que o CALMED-MG segue acompanhando as denúncias das alunas e lutando por um ambiente acadêmico mais seguro e justo para todas e todos. O combate ao assédio moral e sexual é uma luta constante e que precisa de engajamento e ação efetiva de toda a comunidade acadêmica. A universidade tem um papel fundamental nesse processo, oferecendo canais seguros de denúncia, apoio psicológico e jurídico às vítimas, além de promover ações preventivas e educativas para coibir casos de violência de gênero dentro da instituição.

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