População: Mariana pode estar com mais de 90 mil habitantes

A impressão de que a população de Mariana é maior que a estimada pelo censo já está sendo analisada pelo poder executivo da cidade. De acordo com o IBGE, 61 mil pessoas habitam a Primaz de Minas. Porém, o secretário de Planejamento do município, Marlon Figueiredo, afirmou ontem (19) em entrevista à Rádio Real que que essa estimativa pode estar subestimada.

Segundo Figueiredo, a análise dos resíduos sólidos produzidos pela cidade sugere que o número de habitantes pode chegar a mais de 90 mil. Ele explicou que essa análise é feita com base na quantidade de lixo produzido diariamente pela cidade, que é recolhido pelos serviços de limpeza pública. O dado foi apresentado a ele pela secretária do Meio Ambiente, Denise Almeida.

“Mariana está com uma população flutuante gigantesca. Tava comentando com vocês em off aqui, quando a gente estava no intervalo. A secretária de Meio Ambiente falou recentemente comigo numa reunião, da preocupação dela em relação ao volume do lixo de Mariana. Pelos cálculos, que é de 750 g de lixo por pessoa, que é a média de produção por habitante: Mariana hoje aparenta estar com uma população de mais de 90 mil habitantes pelo volume de lixo produzido. Mariana produz um lixo de 90 mil habitantes”, disse Marlon à Real.

Confira a parte 1 e a parte 2 da entrevista.

A possibilidade de que a população de Mariana seja maior do que o estimado pelo censo tem implicações importantes para a cidade, já que a distribuição de recursos públicos e a definição de políticas públicas dependem do tamanho da população.

MORADIA, UM PROBLEMA DE TODA A POPULAÇÃO DE MARIANA

Por conta da grande demanda por casas causada pela chegada massiva de habitantes, o preço dos aluguéis na Primaz de Minas disparou, impactando diretamentamente em toda a população de Mariana. O alto preço das casas leva a um desíquilibrio muito grande do mercado da habitação, causando problemas reais na economia da cidade. Recentemente, a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) apresentou um estudo que afirma que a sua taxa de evasão em Mariana chegou a 21%.

O secretário de Planejamento afirmou que as mineradoras instaladas na região podem ser uma das causas da discrepância entre o número de habitantes estimado pelo censo e o número real de moradores da cidade. Ele explicou que as empresas contratam muitos trabalhadores para atuar em suas atividades, e tem condições de pagar preços mais altos nos aluguéis.

Marlon Figueiredo afirmou que o poder público está considerando a possibilidade de responsabilizar legalmente as mineradoras, para que elas arquem com o custo do alojamento ou ofereçam uma compensação financeira, a fim de reequilibrar o mercado de moradia na cidade.

“Isso é algo que precisa sim ser discutido em nível legal, para que essas empresas se responsabilizem pelas moradias ou pelos alojamentos, de uma forma que não desequilibre o mercado e não prejudique os cidadãos comuns”, afirmou Marlon Figueiredo à Rádio Real.

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