Os residentes de Antônio Pereira, um distrito localizado em Ouro Preto, deram um passo decisivo na busca por respostas sobre a nuvem de poeira que há anos afeta sua comunidade. Moradores preocupados entraram com uma ação no Ministério Público (MP) para investigar a origem e os impactos da poluição do ar proveniente das atividades de mineração na Barragem Doutor, operada pela empresa Vale S.A.
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A população do distrito também foi impactada por uma nuvem de poeira de mineração em 20 de agosto de 2023, como atestado em imagens divulgadas pela equipe do instituto. As denúncias da comunidade também acrescentam elementos cruciais ao caso. Moradores relatam que têm experimentado ardência nos olhos e coceira na garganta, problemas respiratórios e outros efeitos adversos em decorrência da novem de poeira em Antônio Pereira. Eles demandam dados concretos sobre a composição química das partículas de poeira para avaliar os riscos à saúde.
Veja o vídeo:
INSTITUTO LIDERA AÇÃO
Os principais desafios enfrentados pelos moradores de Antônio Pereira incluem problemas respiratórios e de pele causados pela poeira de minério, impactos psicológicos devido à falta de perspectiva de soluções imediatas, dificuldades em obter a devida atenção das autoridades judiciais, perdas materiais e o medo do desconhecido presente na poeira da mineração.
O Instituto Guaicuy protocolou uma denúncia junto ao Ministério Público, baseando-se em evidências fotográficas e vídeos enviados pela comunidade, bem como em relatos de adoecimentos e em informações que apontam para a persistência do problema. Dentre as principais evidências, destaca-se o fato de que a poeira não está limitada a momentos de ciclones extratropicais, como alegado anteriormente.
Por isso, o Instituto Guaicuy busca o desarquivamento da denúncia que havia sido inicialmente arquivada pelo Ministério Público (MP). Diante do arquivamento inicial da denúncia com base na explicação da Vale sobre os ventos fortes, o Guaicuy reforça seu argumento com imagens e vídeos que não coincidem com a ocorrência de ciclones, bem como comprovantes de que o tráfego de caminhões nas obras de descomissionamento é uma das causas da poeira. O instituto também apresenta imagens recentes que ilustram o problema de maneira inequívoca.
O QUE DIZ A VALE SOBRE A NUVEM DE POEIRA EM ANTÔNIO PEREIRA
A Vale, por sua vez, respondeu às acusações informando que tem tomado medidas para minimizar a poeira resultante das atividades da barragem, especialmente durante o período de estiagem. A empresa expressou seu compromisso com a segurança das comunidades locais e suas operações.
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Veja a resposta na íntegra:
“A Vale esclarece que vem adotando providências para mitigar os efeitos da poeira, inclusive a provocada pelos fortes ventos, em Antônio Pereira, no último domingo. A empresa intensificou o uso de supressores de poeira, a umectação de vias e revegetação de taludes para minimizar a poeira resultante das obras de descaracterização da barragem Doutor durante o período de estiagem. A empresa lamenta o ocorrido e reitera o seu compromisso com a segurança das pessoas das comunidades onde está presente e de suas operações“
A batalha pela verdade sobre a poluição do ar em Antônio Pereira continua, com a comunidade e o Instituto Guaicuy unidos na busca por justiça e soluções efetivas para os impactos dessa questão ambiental.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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