MPF afirma que não há comprovação do dinheiro que a Renova alega pagar em reparação à atingidos

O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que não há nenhuma comprovação dos R$ 36 bilhões em reparação que a Renova, Vale, BHP e Samarco, alegam que irão aportar, até o fim de 2023. De acordo com informações do Observatório da Mineração, os valores declarados pelas mineradoras nunca passaram por uma auditoria externa séria e independente.

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Este valor foi divulgado como certo em 14 de fevereiro, quando a Renova soltou nota divulgando essa quantia e dizendo que só em 2023 iria pagar R$ 8,6 bilhões. No entanto, não existe qualquer comprovação de que esse dinheiro corresponda à realidade e, na prática, isso não pode ser observado na bacia do Rio Doce e pelos relatos dos atingidos.

MINISTÉRIO PÚBLICO CONTRAPÕE ALEGAÇÕES SOBRE DINHEIRO DA RENOVA

Na reportagem do Observatório, o procurador federal Carlos Bruno Ferreira afirma que é visível que esse dinheiro não está sendo gasto. Para ele não existe nenhuma fonte para essa informação e que os números são dispostos no site da Renova, mas não garantem a integridade do repasse. Ainda de acordo com ele, a fundação faz isso como estratégia e

“Quanto mais eles colocam no site que eles pagaram, dá a imagem de que estão fazendo muita coisa, avançando muito. Esses valores, repito, a gente não tem auditoria, são valores informados pela Renova.“
Disse Carlos Bruno ao Observatório da Mineração.

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FALTA DE AUDITORIA PODE IMPACTAR NO REAJUSTE

Conforme já apontado ontem pelo Galilé, a Câmara e o Governo Federal já monitoram a situação da repactuação das indenizações que as mineradoras têm que pagar aos atingidos. E por isso essa revelação do MPF é tão importante, pois pode pode afetar o novo acordo por Mariana.

Vale ressaltar que o MPF vê com bons olhos a retomada das discussões no Conselho Nacional de Justiça, requerida pela ministra Rosa Weber, e tem fornecido todas as informações solicitadas pelo governo federal.

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