As contas de água da Saneouro estão chegando nas casas da população de Ouro Preto, causando um alvoroço na cidade, com diversas reclamações populares de altos preços sendo praticados.
O morador do bairro Barra, Sandro Adriano, recebeu sua conta no dia 4 de outubro, no valor de R$ 240. Ele se revoltou com o valor, considerando-a abusiva e colocou fogo em sua tarifa.
“Olá povo ouro-pretano. A conta da Saneouro está chegando abusiva na sua casa? A minha aqui. Faça como eu, vamos botar fogo nessa conta da Saneouro”, disse Sandro.
Veja o vídeo:
Muitos moradores gritaram que também não vão pagar a tarifa de água, em um grande protesto que houve em frente à Prefeitura de Ouro Preto, promovida por Força Associativa dos Moradores de Ouro Preto (FAMOP), na segunda-feira (10).
Em contato com o Jornal Galilé, o coordenador do Procon de Ouro Preto, Narcísio Gonçalves, explicou que, conforme está previsto na Lei Municipal Nº 1.126/2018, o não pagamento da conta de água tem como consequência legal a suspensão do serviço, assim como acontece com a Cemig.
“É possível que a empresa utilize tal permissão legal, a própria fatura vem avisando em caso de débito e a previsão da suspensão. Assim, desde que conste o aviso na fatura, o corte pode ser feito sem um documento de aviso, pois o cidadão estará ciente dessa possibilidade”, explicou Narcísio Gonçalves.
Ainda de acordo com Narcísio, o Procon tem feito notificações à empresa para a realização de vistorias para os munícipes que procuraram o órgão. “É como o prefeito disse, estamos lá pra atender”, complementou.
Na terça-feira (11), o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PV), disse que o Município verificará, junto ao PROCON, se a conta é exorbitante e se há alguma ligação extra no hidrômetro instalado.
“Num primeiro momento, a prefeitura continua lutando, é um compromisso nosso, pelo reestabelecimento de um monopólio público ou a obtenção de uma tarifa razoável. Mas, enquanto temos a Saneouro e, com base no contrato e com a ARISB tendo reconhecido que ela tem essa pertinência e pode fazer essa cobrança, eu digo duas coisas. Primeiro que precisamos verificar se essa conta é exorbitante, se ultrapassa qualquer coisa razoável. Se acontecer isso, nós vamos verificar, em seguida, se há alguma ligação extra no hidrômetro. Feito isso, se a conta ainda está exagerada, vamos verificar se há algum desperdício. Depois, se ainda houver um exagero na conta, nós temos o PROCON, com os seus advogados à disposição para irem à Saneouro e pedir a revisão da tarifa cobrada”, disse Angelo Oswaldo à Rádio Real FM.
O Jornal Galilé procurou a Saneouro para saber mais informações sobre a adesão ao pagamento das tarifas por parte da população, mas não houve resposta.
Jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), tendo passagens pelo Mais Minas, Agência Primaz e Estado de Minas.
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