OPINIÃO: Os fogos do dia 14 em honra a Nossa Senhora da Lapa, não iluminam só o céu; por Hellen Perucci

Antônio Pereira

É dia 14 de agosto. As ruas de Antônio Pereira encontram-se enfeitadas, com amor e delicadeza o caminho está cheio de flores e de luzes, a banda se prepara. Em determinado trajeto fiéis escrevem no chão asfáltico o pedido de interseção: “Senhora da Lapa, Rogai por nós”! Todos os anos inúmeros fiéis se preparam para que exatamente às 18h30 estejam presentes na concentração em frente a Igreja Queimada para seguir por aproximadamente 2 quilômetros em procissão em honra a Padroeira da Comunidade, para chegar ao Santuário que a Virgem gloriosa por trono escolheu conforme contado em seu próprio hino.

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Em meio a multidão, é impossível imaginar o motivo preciso de cada um estar ali: pode ser por agradecimento à alguma benção recebida, para pedir, ou atendendo um chamado de Nossa Senhora para pertinho dela. Mas pode ser tudo junto… São muitos possíveis! Cada ser humano é uma singularidade e Maria sabe direitinho quais são as de cada um. Pés descalços, crianças no colo, flores nas mãos.

O amor com que se carrega o andor, terços e dentre outras externações que nos passam pelos olhos, são as provas de gratidão e prece que nos deparamos todos os anos. O que faz com que a singularidade de cada um se torne um só, na empatia e na oração pelo outro, ainda que indiretamente.

E não se pode esquecer da banda. Músicas para Nossa Senhora. Ensaiadas por músicos muito talentosos de todas as idades. A Mãe gosta de alegria e por isso ajudou a associação musical que leva seu nome a se reerguer e voltar a nos encantar com os instrumentos e notas acionados precisamente, de forma quase cirúrgica! Para o caminho ser mais leve e encantador. Se as velas na mão de cada um trazem luz, junto aos arranjos produzidos com tanta dedicação e carinho, arrisco a dizer que se torna uma combinação que faz milagres. E como faz.

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Percorrido o caminho, Nossa Senhora da Lapa retorna. Os fiéis que ali já estão, a recebem com muita festa. Quem saiu correndo do trabalho, quem veio de longe e novamente, pelo infinito de singularidades presentes em cada um. E tudo isso vale a pena ao contemplarmos o belo trabalho da organização que, para o orgulho de Nossa Senhora, nos dá acolhida. A véspera do último dia do Jubileu, também conta com as barraquinhas, que já dão o ar da graça e pelo encanto das crianças pelos brinquedos luminosos e normalmente barulhentos.

Quando encerrada a missa, após o momento dedicado a devoção, os fiéis se direcionam à saída do Santuário. É chegado o momento da queima de fogos. Embora a igreja não tenha responsabilidade a respeito do show pirotécnico que ocorre após a missa, é nele que estão as mais belas preces, os agradecimentos, o momento dos casais, que sempre o assistem abraçadinhos pelo frio, selarem o amor de cada dia. Por isso afirmo ao leitor, os fogos do dia 14 não iluminam só o céu. São, na verdade, a materialização da gratidão e da esperança que cada um leva consigo por ser quem é.

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A luz que explode no céu representa cada devoto, cada promessa, cada romeiro, cada sacrifício e penitência, cada desafio que se passou para que tudo desse certo. É a chegada e a promessa da volta no próximo ano, assim, na véspera do final. É o verso “cantemos alegres a uma só voz, Senhora da Lapa Rogai por nós“, cantado à milhares de vozes. Vozes silenciosas que contemplam com os olhos mas que agradecem com a alma a exatos 301 anos.

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