O único ministro mineiro do governo Lula (PT), Alexandre Silveira, assumiu a pasta de Minas e Energia na segunda-feira (2) e chorou ao falar de Mariana e Brumadinho, prometendo ter rigor na fiscalização das mineradoras. Ele disse que seu ministério irá agir no combate à ineficiência e à ilegalidade na mineração.
“Iremos combater as ineficiências e práticas anti-competitivas nesse setor, fiscalizando e punindo jazidas mal aproveitadas e abandonadas. Permitindo que quem realmente esteja comprometido com a mineração responsável tenha o seu lugar. Por fim, e mais importante, não nos esqueceremos de Mariana e de Brumadinho. Minha mais profunda solidariedade com os atingidos que perderam seu maior bem, seus familiares. Vamos investir recursos e esforços na fiscalização ferrenha de segurança de barragens voltada a impedir que eventos trágicos lamentáveis como estes”, disse.
Alexandre Silveira também destacou que sua pasta focará no uso de tecnologias de ponta para regular e fiscalizar a mineração de forma mais eficiente, aumentando a segurança de barragens, melhorando a destinação sustentável de rejeitos, prevendo danos e desastres ambientais.
O ministro de Minas e Energia ainda vai oficializar, nesta terça-feira (3), a indicação do senador Jean Paul Prates (PT) como presidente da Petrobras. Alexandre Silveira acredita que a nova secretaria colocará o Brasil como protagonista mundial na produção de energia limpa.
“Vamos criar a secretaria nacional dedicada exclusivamente em estruturadas políticas públicas necessárias para colocarmos o Brasil como líder mundial de energia limpa. Esse deve ser um dos principais desafios da nossa pasta junto com a ministra Marina Silva, ministra do Meio Ambiente”, disse.
O preço dos combustíveis também foi abordado. Segundo o novo ministro, entre as metas do ministério, estão segurança e modicidade tarifária para o cidadão e universalização de energia de qualidade limpa e sustentável.
Acordo de Mariana
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), participou da cerimônia de posse do ministro e disse que espera uma relação positiva para o Estado com a chegada de Silveira ao ministério. Um dos pontos que interessa ao governo mineiro nesta questão é o acordo de compensação da Samarco pela tragédia em Mariana, que ainda não foi fechado.
“Não depende do ministro Silveira, mas a gente conta com o apoio dele. Faltam apenas dois pontos para solucionar: a indenização aos pescadores e ao SUS. O que a gente espera é que após dois anos de negociações envolvendo os governos de Minas, do Espírito Santo e a União, a gente não tenha que reiniciar”, destacou Simões ao Hoje em Dia.
Jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), tendo passagens pelo Mais Minas, Agência Primaz e Estado de Minas.