Quase 100 pessoas são desligadas da ACTECH, após paralisação parcial em Ouro Preto

Quase 100 pessoas são desligadas da ACTECH, após paralisação parcial em Ouro Preto

A Alumina Chemical Technology (ACTECH) anunciou a paralisação parcial de suas atividades na segunda-feira (7) e 96 pessoas foram demitidas, em Ouro Preto. Em nota, a empresa afirma que precisou paralisar para buscarem soluções que viabilizem a fábrica e que existe a possibilidade de retornar com sua produção de forma integral, dependendo das análises que serão feitas nos próximos meses.

Em março deste ano a ACTECH assumiu a produção da unidade, que pertencia à Hindalco, do grupo indiano Aditya Birla. A fábrica foi adquirida por R$ 1 por conta de prejuízos que foram acumulados durante meses. A manutenção do funcionamento do local chegou a ser premiada pela maior instituição de apoio a organizações de desenvolvimento regional no mundo, International Economic Development Council (IEDC), pela manutenção dos empregos em Ouro Preto.

Antes do anúncio da paralisação, a ACTECH contava com 435 funcionários e agora conta com 339. O CEO da Terrabel, grupo responsável pela ACTECH, afirmou ao Estado de Minas que a empresa já vinha com um acúmulo de prejuízos e que foi preciso investir muito dinheiro para torná-la “positiva”. “Até conseguimos muitos ganhos, mas não suficientes para ser lucrativa e agora não temos condições de continuar com os prejuízos mês a mês. Estamos fazendo de tudo para desligar o mínimo de pessoas, mas vai depender de algumas informações que estamos aguardando até sexta-feira”, disse.

O poder público, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia de Ouro Preto, está em contato com a ACTECH para acompanhar esse momento de paralisação parcial das atividades da empresa. Na última semana, um projeto de expansão da Gerdau passou pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (CODEMA), o que poderá gerar um volumoso número de empregos na cidade. A ideia é que tanto essa ação, quanto o SINE, absolva os empregos deixados pela fábrica.

“Ontem eu conversei com o Maurício e ele disse que a linha de mercado dessa matéria prima está muito baixa e eles pretendem voltar com a produção quando o preço melhorar. O diálogo entre a prefeitura e a ACTECH sempre foi muito aberto. O prefeito pediu para que a gente faça um trabalho com essas empresas e que essa mão de obra que saia da ACTECH seja rapidamente absolvida pelo mercado ouro-pretano. Nós estamos com a geração de empregos batendo recordes, o melhor dos últimos 10 anos. Pensamos que a mão de obra que sai da ACTECH seja incorporada, em grande parte, pelas vagas do SINE e dessa possível expansão da Gerdau”, contou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia de Ouro Preto, Felipe Guerra, ao Jornal Galilé.

Falta de licenciamento ambiental

A siderúrgica funcionava sem o licenciamento ambiental expedido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A herdeira desse problema, ACTECH, funciona mediante a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado em abril de 2021 e que foi renovado recentemente.

Neste ano, frequentemente foi possível ver um grande volume de fumaça preta saindo da fábrica e uma reclamação antiga dos moradores de região é de um pó que cai nas casas dos bairros localizados ao redor da unidade — Vila Operária, Bauxita e Saramenha.

“A gente vê essa leva de demissões com muita preocupação. Nós pedimos uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Ouro Preto antes do acerto entra a Hindalco e a ACTECH, pois alertávamos que a fábrica estava funcionando com um TAC e que havia risco da fábrica fechar por falta do licenciamento ambiental. Porém, não fomos ouvidos. Esperamos que haja uma solução rápida, porque estamos diante de um problema social grave. São famílias que estão entrando em processo de vulnerabilidade e de empobrecimento”, comentou o presidente da Federação das Associações de Moradores de Ouro Preto (FAMOP) e morador do bairro Vila Operária, Luiz Carlos.

Veja a nota da ACTECH

A ACTECH informa a toda a comunidade de Ouro Preto e região, aos colaboradores, aos fornecedores que por ventura estejam envolvidos com os nossos negócios que, apesar de todos os investimentos realizados nos últimos 7 meses, todas as melhorias implementadas, todo o grande esforço dos colaboradores e sócios para fins de viabilização da fábrica, teremos que interromper, provisoriamente, parte de nossas atividades a partir de hoje, dia 07 de novembro de 2022.

Tal medida se faz necessária para que possamos ter tempo para buscar soluções que viabilizem a fábrica, baseado em indicadores que implantamos e monitoramos desde o início da nossa gestão.

Ressaltamos que referida medida não era o intuito inicial desta gestão, porém se fez necessária em função da inviabilidade da fábrica.

Existe a possibilidade de retorno das atividades de forma integral, porém dependerá de uma série de fatores que serão analisados ao longo dos próximos meses.

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