Cerca de 82 pessoas em situação de rua são reconhecidas pela Secretaria de Desenvolvimento Social de Ouro Preto. De acordo com o prefeito municipal, Angelo Oswaldo (PV), alguns estão em trânsito e muitos acabam voltando para suas casas ou para as suas cidades. Alguns deles não querem sair da rua, mesmo tendo casa na cidade, segundo o chefe do poder Executivo.
Esse número já foi maior, chegando a 101 pessoas cadastradas no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). Após encaminhamentos e recuperação desses indivíduos, a quantidade abaixou para 82, sendo que 21 delas estão em situação análoga, ou seja, estão acolhidas, mas ainda são acompanhadas, porque possuem um histórico de voltar à situação de rua. Além disso, desse número total, 80% dele é integrado por moradores de Ouro Preto.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, com o apoio das secretarias de Saúde e de Defesa Social do Município, faz um serviço especial para promover o diálogo com as pessoas em situação de rua. Além disso, existem movimentos religiosos, como o grupo da Paróquia do Pilar que busca dar assistência aos moradores em situação de rua e a entidade Lírios do Campo que promove o acolhimento de pessoas que estão na rua.
“Como secretário de Cultura de Minas Gerais, eu enfrentei essa situação na Praça da Liberdade. Todos os equipamentos culturais da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, estavam ocupados por pessoas em situação de rua e isso trazia uma dificuldade enorme para a operacionalidade daqueles equipamentos visitados por milhares de pessoas. Eu encontrei várias famílias morando na biblioteca pública estadual, que é visitada por 400 mil usuários por ano e isso trazia um transtorno muito grande. Nós construímos, através do diálogo e de uma assistência direta, soluções muito positivas em Belo Horizonte. Com essa experiência, eu estou com as nossas dedicadas equipes da prefeitura procurando o melhor encaminhamento para esse problema”, declarou Angelo Oswaldo à Rádio Real.
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Atualmente, existe o residencial Sr. Paulo Goes, onde algumas pessoas que foram encontradas em situação de rua residem. Lá existe um auxílio, com benefício de aluguel, refeição e limpeza nos quartos. Alguns dos inquilinos estão no processo de transição de retorno para o núcleo familiar, com acesso ao auxílio-moradia.
“A equipe do CREAS faz o trabalho de censo, cadastro e perfil das pessoas em situação de rua. A redução do número das pessoas nessa situação se deve à atuação de acolhimento e fortalecimento do vínculo com a família”, disse o secretário de Desenvolvimento Social de Ouro Preto, Edvaldo Rocha, ao Jornal Galilé.
O próximo passo é a implementação do Centro de Referência para Pessoas em Situação de Rua, chamado de “Centro Pop”, situado na Rua Padre Tobias, 109, bairro Antônio Dias, onde haverá atendimento com psicólogo, assistente social e pedagogo. Também terá a disponibilização de marmitex, café e disponibilização de lugares para que essas pessoas possam tomar banho e lavar a roupa. O projeto já foi aprovado pela Câmara e a casa destinada para essa finalidade está sendo adaptada.
Jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), tendo passagens pelo Mais Minas, Agência Primaz e Estado de Minas.