Ouro Preto: Chapada luta contra Saneouro utilizando redes sociais e mobilização

Ouro Preto: Chapada luta contra Saneouro utilizando redes sociais e mobilização

Moradores do subdistrito de Chapada, em Lavras Novas, Ouro Preto, têm lutado contra a Saneouro nos últimos meses. Os residentes da área afirmam que a água fornecida pela empresa chega suja às torneiras. Uma animação, que viralizou nas redes sociais, tem exposto de maneira didática a luta da comunidade para pessoas que desconhecem a situação..

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Além disso, existem relatos de falta de transparência por parte da Saneouro em relação aos investimentos realizados na melhoria do sistema de saneamento, bem como problemas na captação, tratamento de água e tratamento de esgoto.

Veja o vídeo:

O Galilé conversou com Júlia Moysés, uma das responsáveis pela comunicação do coletivo “Chapada Resiste”, que tem como objetivo mobilizar a população e tornar pública a luta dos moradores de Chapada. Com o auxílio do ilustrador Nilton Vianna e do escritor Pedro Kalil, o coletivo transformou a ideia do vídeo em realidade, sem nenhum custo para a comunidade.

“Estamos contando também com apoio de figuras que têm muitos seguidores tanto no twitter quanto no instagram, como a Áurea Carolina, que vem compartilhando quase tudo. E, principalmente, da população engajada, solidária à Chapada”, disse Julia Moyes em entrevista ao Galilé.

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Ela também criou um tweet que alcançou quase um milhão de visualizações e, a partir daí, conseguiram mobilizar voluntários do país inteiro, bem como a imprensa.

O tweet que viralizou.

Ela é jornalista, trabalha há 16 anos com redes sociais e me mudei para a Chapada há 2 anos. Julia possui uma grande experiência com redes sociais e lutas populares e observa que a tecnologia pode ser um aliado fundamental na divulgação das mensagens dos grupos sociais.

Contudo, afirma que a luta do povo afetado não se resume as redes. Julia revelou que A vila já impediu a entrada de Furnas e Mantiqueira em seu território, ambas com projetos de instalação de uma torre de transmissão.

“A luta da Chapada não se resume às redes, ainda que elas sejam muito importantes. A Chapada está acionando o Ministério Público, estudando ações jurídicas, em diálogo com políticos das esferas municipais, estaduais e federais, e com ambientalistas e pesquisadores do país inteiro. Somos uma comunidade pequena, mas muito articulada e organizada. Como eu disse, com um histórico de enfrentamento a grandes empresas”, disse ao Galilé.

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Recentemente, o povo residente no Chapada se organizou para limpar o reservatório de água existente no local. Por conta de uma obra da Saneouro, eles afirmam que a água começou a chegar cheia de barro, com cor parecida com a de café. Júlia afirma que essa mobilização que levou a questão para o grande público.

“Não teríamos viralizado nas redes sociais se a comunidade não tivesse tido a iniciativa de abrir e limpar o reservatório, de mostrar a lama e a sujeira, de levantar sua voz contra esse descaso. As redes são vitrine de ações reais e consistentes. Eu não faço nada sozinha, sou uma das colaboradoras e cada pessoa aqui tem uma função nesse enfrentamento e igual importância”, destacou.

RELEMBRE A LUTA DO POVO DA CHAPADA E OURO PRETO CONTRA A SANEOURO

Os moradores afirmam que a água está contaminada devido às obras em andamento e que a empresa não apresentou nenhum projeto para a melhoria do sistema de abastecimento. A Saneouro argumenta que as obras são necessárias para a padronização das ligações e consequente medição do consumo e que a eficiência do investimento no sistema de abastecimento da localidade está associada à execução das obras de padronização das ligações.

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Porém, os moradores relatam que essas obras, além de não trazer as melhorias, ainda contaminam as águas que chegam nas casas. Veja as fotos compartilhadas nas redes sociais e presentes em um dossiê apresentado ao Galilé:

A empresa contesta, e diz que não é possível garantir a procedência das águas que aparecem nos relatos. Ele relata que nos últimos dias, a população local invadiu o reservatório para lavá-lo, fazendo isso sem conhecimentos técnicos. Além disso, afirma que existe um cronograma da Saneouro de limpeza dos reservatórios de Ouro Preto, e que o da Chapada estava em vias de ser higienizado.

Contudo, a população retruca, afirmando que além de não lavar, o tratamento feito na região estava trazendo água de qualidade ruim. Por conta disso, os moradores se reuniram em um mutirão para tentar limpar a caixa d’água.

“A Saneouro, quando assumiu o município, nunca nem lavou nosso reservatório, somente jogava pastilhas de cloro lá. Aí como a água estava saindo muito suja nas torneiras e com gosto e cheiro de cloro, a comunidade resolveu se juntar e lavar a caixa d’água e nós deparamos com muitas coisas”. Revelou Preta a do Chapada, uma das ativistas da localidade, ao Galilé.

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