MPMG arquiva investigação sobre concessão do saneamento de Ouro Preto

MPMG arquiva investigação sobre concessão do saneamento de Ouro Preto

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) arquivou o Inquérito Civil nº 0461.21.000261-8 que foi instaurado para apurar eventuais irregularidades no processo licitatório da concorrência pública nº 06/2018, bem como ilegalidades nas cláusulas do contrato de concessão da prestação de serviço do abastecimento de água potável e esgotamento sanitário de Ouro Preto, firmado com a Saneouro.

Apesar das diversas representações formuladas, o MPMG não encontrou sequer indícios de favorecimento ou direcionamento da licitação para a empresa vencedora do certame. Também não foi encontrada nenhuma ilegalidade que justifique a adoção de qualquer providência do órgão no sentido de anular o procedimento licitatório ou mesmo de buscar a responsabilização de qualquer agente por ato de improbidade administrativa.

“As irregularidades encontradas durante a investigação são, por outro lado, sanáveis, não tendo sido apurado qualquer prejuízo ao certame que justifique a declaração de sua nulidade, mormente se considerados os impactos sociais, econômicos e ambientais que resultariam da anulação, aspectos estes de observância obrigatória de acordo com a legislação em vigor”, diz o MPMG em em documento.

Quanto às questões envolvendo a política tarifária são objeto de apuração da 1ª Promotoria de Justiça de Ouro Preto, com atribuição para Defesa do Consumidor, que vem acompanhando o caso.

O MPMG alega que a intensa comoção social envolvendo o caso não pode interferir no aspecto técnico de análise adotado pelo órgão e que a relevância do tema apenas reforça a importância de uma atuação imparcial e independente.

“Considerando que o procedimento adotado na investigação não obteve qualquer informação que ensejasse o ajuizamento da ação civil pública, a realização do termo de ajustamento de conduta ou a tomada de qualquer outra medida por parte do Ministério Público, promovo o ARQUIVAMENTO do presente inquérito civil”, diz a decisão do Promotor de Justiça, Flávio Jordão.

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O inquérito civil foi instaurado no dia 14 de julho de 2021 e o procedimento foi feito a partir da remessa de diversos documentos encaminhados ao MPMG, contendo representações e informações acerca de possíveis irregularidades envolvendo a licitação. São eles:

  • Abaixo-assinado subscrito por moradores do distrito de Rodrigo Silva e localidade de Bocaina;
  • Documento referente à representação e instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pela Câmara de Ouro Preto;
  • Representação formulada pelo vereador Júlio Gori (PSC), mediante sistema da Ouvidoria do MPMG;
  • Representação formulada pelo presidente da Associação de Moradores do Jardim Itacolomi, Marcos Gomes de Oliveira;
  • Reportagem jornalística acerca da instalação de hidrômetros em Ouro Preto e valores de simulações de tarifa do serivço;
  • Cópia do Processo Licitatório Concorrência Pública nº 06/2018;
  • Análise do Tribunal de Contas de Minas Gerais sobre denúncia formulada pela empresa interessada na licitação, Saneamento Ambiental Águas do Brasil S.A;
  • Abaixo-assinado subscrito por moradores do distrito de Cachoeira do Campo;
  • Relatório final do Procedimento de Investigação Preliminar que tramitou na Procuradoria-Geral do Município;
  • Convênio celebrado entre o Município e a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento Básico de Minas Gerais (Arisb-MG);
  • Abaixo-assinado subscrito por moradores de Ouro Preto;
  • Relatório final da CPI, incluindo Emenda Aditiva concluindo pelo indiciamento do ex-prefeito Júlio Pimenta por atos de improbidade administrativa e recomendando o aprofundamento das investigações para apurar o envolvimento de Alex Ribeiro Gomes, Ricardo de Marcos de Oliveira e Simão da Cunha, todos do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento (IBD), bem como de Flávio Luiz da Silva;
  • Cópia integral dos autos de investigação realizada pela CPI;
  • Despacho subscrito pelo Promotor de Justiça acerca do recebimento do relatório final da CPI;
  • Relatório de auditoria e demonstrações financeiras da Saneouro.

Após a análise profunda de cada ponto levantado, o MPMG decidiu pelo arquivamento do inquérito, depois de quase 14 meses de trabalho.

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