Para muitos, aprender matemática se resume a lidar com números e formas geométricas; porém, pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) têm demonstrado que a disciplina também pode abordar questões étnicas e raciais na escola, unindo matemática e cultura negra – tudo isso, por meio de jogos, dinâmicas e até viagens com os alunos.
Com o apoio de recursos da iniciativa pública e privada, o Nupem promoveu ações com estudantes de duas escolas estaduais em Ituiutaba. Entre as atividades, houve discussões de conceitos matemáticos por meio da prática de tradições típicas dos povos afro-brasileiros.
“A dança de fitas do Congado, por exemplo. Falamos sobre a história das fitas e do Congado e depois fizemos um modelo matemático dessa dança, que forma uma circunferência. A partir disso, discutia-se conceitos da geometria”, explicou a professora do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Educação Matemática (Nupem) da UFU, Cristiane Coppe de Oliveira, coordenadora do projeto
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Visita a Ouro Preto – Matemática e cultura negra
Alunos de uma das escolas foram levados para uma visita técnica em Ouro Preto, para assimilar conceitos de matérias como história, geografia e, porque não, matemática.
“Fizemos visitas nas minas, porque há uma tecnologia, uma matemática, um saber próprio da população negra escravizada na época para escavar minas e extrair o ouro. Os alunos também fizeram uma trilha matemática e conheceram uma história que não está nos livros didáticos, aprendendo os modelos matemáticos da própria cidade”, lembrou Coppe.
De 11 a 13 de fevereiro de 2022 a equipe do projeto fez uma visita técnica aos pontos de Ouro Preto que fortalecem o conhecimento das tecnologias afro-brasileiras na cidade.
Foram visitadas a Mina Santa Rita, a Mina Du Veloso, o Pelourinho em Mariana e realizada a Trilha Matemática com os professores Milton Rosa e Daniel Clark Orey ambos da UFOP.
A visita técnica foi uma das etapas do projeto de pesquisa buscando conhecer/reconhecer os saberes etnomatemáticos de identidade negra na cidade.
O projeto envolve pesquisadores e parceiros de diferentes instituições do país, que tiveram a oportunidade de se encontrarem e participar dessa importante ação de formação.
Por Luís Fellipe Borges, g1 Triângulo
Fundado em 1990 por Francelina e Arnaldo Drummond do antigo Instituto de Arte e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), o jornal nascia em meio a uma onda democrática, que inspirava os brasileiros naquele momento. Tendo como objetivo levar informação aos cidadãos ouro-pretanos, o Galilé se diferenciava dos demais concorrentes por ser um jornal de opinião, oferecendo um pensamento crítico acerca da realidade ouro-pretana e brasileira.