Itabirito, Mariana e Ouro Preto somam quase 30 mil eleitores ausentes nas urnas

Itabirito, Mariana e Ouro Preto somam quase 30 mil eleitores ausentes nas urnas

No domingo (30), aconteceu o segundo turno da eleição presidencial, tendo Lula (PT) vencido na Região dos Inconfidentes e também no Brasil como um todo. O candidato petista teve 60.345.999 votos (50,90%), contra 58.206.354 (49,10%) de Jair Bolsonaro (PL). Um dado que chamou a atenção foi o número de eleitores que não compareceram às urnas para votar em Itabirito, Mariana e Ouro Preto. Somando as três cidades, 29.741 pessoas foram ausentes na decisão eleitoral.

  • Itabirito: 8.131 eleitores ausentes
  • Mariana: 9.832 eleitores ausentes
  • Ouro Preto: 11.778 eleitores ausentes

Em relação a votos brancos e nulos:

  • Itabirito: 2.013 eleitores votaram branco ou anularam o voto (a soma de nulos, brancos e abstenções representa 23,64% do total de eleitores do município)
  • Mariana: 2.109 eleitores votaram branco ou anularam o voto (a soma de nulos, brancos e abstenções representa 23,54% do total de eleitores do município)
  • Ouro Preto: 2.356 eleitores votaram branco ou anularam o voto (a soma de nulos, brancos e abstenções representa 22,23% do total de eleitores do município)

No entanto, em uma visão global do país, as abstenções no segundo turno das eleições presidenciais de 2022 foram de 20,58%, a menor porcentagem registrada desde 2006, chegando a 32,2 milhões de pessoas. Essa foi a primeira vez que a abstenção no segundo turno foi menor que a do primeiro, que neste anos foi de 20,95%, representando pouco mais de 32,7 milhões de eleitores.

Os votos em branco chegaram a 1,7 milhão, 1,43% do total, no segundo turno, pouco abaixo dos 2,15% do segundo turno da última eleição presidencial, em 2018. No total, cerca de 3,9 milhões de eleitores anularam o voto, o que representa 3,16% no total, percentual bem menor do que os 7,43% do segundo turno de 2018.

Somando os votos nulos e brancos com as abstenções, o número de eleitores que não escolheram nenhum dos candidatos nas eleições deste ano foi de 37,6, que equivale a 24% do total.

“Isso aconteceu por conta do engajamento dos candidatos e do transporte público gratuito em várias cidades do Brasil, já que a abstenção atinge, geralmente, os mais pobres e os menos escolarizados. A partir do momento em que se coloca transporte público gratuito, mais chances ou menos custos tem para ir votar e aí se consegue tirar mais pessoas de casa. Era uma eleição que despertava muitas paixões e muitos ódios. Então, as pessoas tinham mais incentivo emocional para sair de casa, não só para fazer o seu candidato ganhar, como para derrotar o outro. Eram dois candidatos de alta rejeição”, explica o especialista em marketing político, Lucas Pimenta, ao Jornal Galilé.

Na Região dos Inconfidentes, apenas Itabirito não disponibilizou transporte coletivo gratuito no dia da eleição. Mariana já possui a Tarifa Zero que prevê o ônibus de graça todos os dias e Ouro Preto seguiu a recomendação do Tribunal Superior Eleitoral em disponibilizar o serviço de forma gratuita no domingo.

Os votos em branco e nulos no segundo turno desde ano registraram queda em relação ao segundo turno de 2018:

  • 2018 – 2,1% votaram em branco e 7,4% anularam;
  • 2022 – 1,43% votaram em branco e 3,16% anularam.

“Eu não acho o volume de abstenções alto, está dentro da média, porque grande parte da abstenção é recorrente. Então, se tem idosos que não votam há várias eleições e eles não vão votar de forma nenhuma. Tem pessoas que moram em uma cidade e tem seu título de eleitor em outra. Outra abstenção recorrente é dos mortos. O cadastro do TSE tem uma série de problemas, mesmo que eles tenham feito uma atualização, tem muita gente lá que morreu depois desse cadastro. Por exemplo, as quase 700 mil pessoas que morreram por Covid-19 ficaram de fora dessa atualização de cadastro e constam como abstenção”, ponderou Lucas Pimenta.

Outro fator que contribui para a manutenção da média de abstenções é a situação de alguns desses eleitores menos favorecidos economicamente que trabalham no domingo ou que moram longe do trabalho e do local de votação. “Os pobres menos escolarizados fazem parte do maior contingente. Se pegar na proporção dessas pessoas na população e a proporção entre os ausentes, é quase o dobro. Então, se tem 40% da abstenção corresponde a essas pessoas com baixa escolaridade e baixa renda”, disse.

Abstenção em Minas Gerais

Minas Gerais foi o 14 estado com o maior número de abstenções no segundo turno das eleições presidenciais, com 3.418.331 eleitores que não escolheram nenhum dos dois candidatos, representando 20,9% das pessoas aptas a votar. No sudeste, apenas Espírito Santo fica acima, na oitava posição, com 599.995 abstenções (23,5%). Rio de Janeiro foi o 20º, com 2.853.222 abstenções (22,2%) e São Paulo 27º, com 7.304.385 abstenções (21%).

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