Coluna – Como o incentivos do estado tem levado estudantes para startups

Trabalhar com inovação é trabalhar com riscos. Quando uma empresa resolve sair do comum e tentar algo diferente, quem está à frente do negócio precisa entender que esse movimento é arriscado, porém, capaz de trazer bons resultados — isso, claro, quando a ideia é realmente interessante e está em um bom momento para ser lançada.

Daí a importância do investimento estatal (capaz de reduzir um pouco desses riscos) tanto na educação pública, quanto no fomento à negócios inovadores. A Bil, startup fundada por ex-estudantes da UFOP, é um bom exemplo disso de como esses incentivos podem fazer bem para o nosso mercado de tecnologia.

Como o incentivos do estado tem levado estudantes para startups
A homepage do Bil, uma das startups de estudantes da UFOP.

André Ribeiro, Thiago Dutra e Vinicius Zanini, formados em ciência da computação pela Universidade Federal de Ouro Preto, juntamente com Igor Torrente (estudante no programa de pós-graduação em engenharia de produção) são os nomes por trás desta empresa de base tecnológica que permite que motoristas consultem gratuitamente débitos veiculares, incluindo multas de trânsito, IPVA e licenciamento, simplificando o processo para manter os veículos regularizados.

A ideia surgiu da experiência pessoal durante a compra de um carro por um dos fundadores, onde se deparou com o desafio de checar os débitos do seu veículo. Assim, motivados a transformar esse processo em algo simples e acessível, eles vislumbraram a oportunidade de auxiliar todos os motoristas.

Ambiente regulatório favorável à inovação

A Newark Negócios Digitais, empresa que responde pela Bil, tem seu CNPJ cadastrado na cidade de Coroaci, da região do Vale do Rio Doce, próxima à Governador Valadares. Os motivos de instalar a startup em uma cidade de pouco mais de 10 mil habitantes, de acordo com um dos fundadores da Bil, é o ambiente regulatório e os investimentos que recebem por lá.

“O CNPJ já nasce com 2% de ISS, sem ser necessário solicitar”, diz Igor Torrent. Além disso “o tempo de abertura foi muito baixo e temos incentivos da Sudene”, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, que integra mais de 80 municípios de Minas.

Sabendo que existem facilidades como essas para empresas de tecnologia de Ouro Preto, graças à Política Municipal de Estímulo à Inovação, Cultura Digital, Ciência e Tecnologia, instituída em julho do ano passado, integrantes da Bil agora pensam em trazer a empresas para a cidade onde terminaram a graduação, a antiga Vila Rica.

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Conectando a academia com o mercado

Mas a Bil não é a única startup que soube aproveitar alguns dos benefícios do estado em favor da inovação. A Find Tattoo, empresa de base tecnológica premiada por programas como o InovAtiva e o Founder Institute (ligado ao Vale do Silício) tem aproveitado o ecossistema de inovação de Ouro Preto para buscar mão de obra qualificada para participar da nova rodada do programa Compete Minas, do governo do Estado, que irá investir mais de 100 milhões de reais em empresas mineiras de tecnologia que buscam a inovação.

A ideia da Find Tattoo é, por meio de bolsas para professores e alunos da UFOP, desenvolver uma nova ferramenta de inteligência artificial para a sua premiada plataforma, tudo com incentivo da FAPEMIG.

Outra startup da região também tem se conectado com professores do IFMG para desenvolver um novo produto do segmento de gov.tech — soluções inovadoras para o governo — envolvendo inteligência artificial com o mesmo edital do estado e FAPEMIG.

Ouro Preto e a inovação

Com um hub de inovação prestes a ser instalado no IFMG, Ouro Preto tem se mostrado uma verdadeira fonte de possibilidades dentro da indústria 4.0, conectando seu potencial, junto às instituições de ensino e o investimento do estado no desenvolvimento econômico.

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