A temporada de 2023 chegou a um ponto em que tanto o Cruzeiro quanto o Atlético se encontram em situações em algum nível parecidas e em outro completamente diferentes. Na tabela do Brasileiro, os times mineiros se olham no espelho, separados apenas pelo número de gols marcados. As equipes possuem os mesmos 24 pontos, seis vitórias, seis derrotas e seis empates. Em termos de desafios para o restante da temporada, apenas o Brasileiro é a opção de performance para a Raposa e o Galo.
Contudo, se disséssemos a um atleticano no começo do ano que, em agosto, o time estaria na mesma posição do Cruzeiro, basicamente brigando pelas mesmas coisas no Brasileiro e tendo apenas ele para disputar, a resposta dele seria ríspida. E é neste ponto que as trajetórias, ou melhor, o modo de olhar para elas, se diferencia.
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O ATLÉTICO EM 2023: GRANDES PRETENSÕES, GRANDES FRUSTRAÇÕES
Não é segredo que as pretensões do Galo são maiores do que as da Raposa. O time investe mais e ainda tem o fator inauguração da Arena MRV como ponto de destaque para este ano. A equipe não fez as grandes contratações de outros anos, no entanto manteve a espinha dorsal, adicionando algumas peças pontuais e abrindo mão de outras.
Mas a temporada já começou fora dos eixos. Coudet não se entendeu com a diretoria e, mesmo com o título mineiro tranquilo, o clima quente dos bastidores se refletiu no campo, deixando o time sem padrão de jogo. Nem Hulk, que mais uma vez está tendo um grande ano, consegue vencer o clima ruim.
Coudet decidiu sair, mais de uma vez. E a gota d’água foi mais uma discussão com Rodrigo Caetano, no clima da eliminação traumática para o Corinthians nos pênaltis. Quando saiu, Felipão chegou com uma jogada fora dos padrões para o comando alvinegro. A intenção era clara: tranquilizar a equipe e tentar, na Libertadores, reverter o mau agouro dos últimos resultados com o comandante argentino.
Porém, no Brasileiro, Luís Felipe amargou uma sequência de jogos sem vitória, o que abalou a confiança no seu trabalho. Como se não bastasse, veio a terceira eliminação seguida para o Palmeiras na Libertadores, com uma estranha derrota dentro do Mineirão lotado.
Agora, o grande desafio do Atlético é buscar uma arrancada para figurar entre os quatro com vaga direta para a próxima edição da Libertadores. Mas a tarefa não é fácil. Neste momento, sete pontos separam o Galo das três equipes que perseguem o líder isolado, o Botafogo.
Mas não é só desespero: agora o Atlético entra numa sequência de três jogos contra equipes que lutam contra o rebaixamento. As próximas rodadas serão de duelos contra: Bahia em casa, Vasco fora e Santos em casa. Pontuando bem, o time chega para o confronto contra o Athletico-PR, adversário direto, em boas condições.
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CRUZEIRO EM 2023: O GOSTO AMARGO DO QUE PODERIA SER MELHOR
O Cruzeiro, por sua vez, observa a temporada também com um olhar decepcionado, mas ainda esperançoso. O time também começou com um treinador diferente. Pezzolano saiu alegando desgaste após a intensa temporada de 2022, e o time foi à Europa para trazer seu novo técnico.
As contratações foram dentro do orçamento, sendo o grande investimento feito em Wesley, jogador multicampeão pelo Palmeiras. Para este ano de retorno à primeira divisão, estar longe da luta contra o rebaixamento é o grande foco. E nisso o elenco de Pepa cumpre bem.
Porém, a grande frustração da torcida reside no fato de o time jogar bem na maioria dos jogos, mas não conseguir vencer. Seja por falta de profundidade no elenco ou até má sorte, os Azuis de Minas se sobrepõem taticamente a diversas equipes, mas saem sem a pontuação desejada.
Outro ponto que deixa um gosto amargo na boca do cruzeirense são as lesões. O time perdeu: Ramiro, Wallison, Bruno Rodrigues e agora Matheus Pereira. Isso contando lesões que afastam dos jogos em sequência. Por conta de questões físicas, Pepa não consegue definir um onze inicial que jogue junto por muito tempo.
Quanto às pretensões para o restante da temporada, não é loucura pensar no Cruzeiro disputando vagas diretas em competições internacionais, mas primeiro é preciso dar um passo de cada vez.
A Raposa tem pela frente quatro jogos difíceis, que irão testar o elenco e o rendimento do time como um todo. A começar pelo Palmeiras fora e depois contra o Corinthians em casa. Logo depois, os azuis vão para o Sul enfrentar o Grêmio e finalizam o recorte contra o Bragantino em casa. São duelos complicados, porém, se os comandados por Pepa conseguirem bons resultados, a continuidade no Brasileiro é animadora.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.