O auditório da prefeitura de Ouro Preto foi palco de um momento importante na história das catadoras e catadores de recicláveis do município: a cerimônia de concessão do Auxílio Catador. O evento, ocorrido ontem, contou com a presença de representantes do Executivo Municipal, entre eles o prefeito Angelo Oswaldo (PV), das associações de Catadores de Ouro Preto, ONGs e comunidade em geral.
A concessão de R$500,00 por mês para cada catadora e catador de reciclável vinculado(a) a uma associação no município, é fruto de um projeto que surgiu na Secretaria de Meio Ambiente e logo ganhou apoio do prefeito Angelo Oswaldo, sendo posteriormente aprovado pelo Legislativo, e tornando uma política pública regulamentada através da Lei Municipal 1.373 de 2023.
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O Jornal Galilé conversou com algumas pessoas responsáveis pelo projeto, entre elas o secretário de Meio Ambiente, Chiquinho de Assis, e o diretor de Qualidade Ambiental, Pedro Lisboa.
Chiquinho de Assis destacou a importância desse auxílio em um momento conturbado na conjuntura nacional, por causa de mudança na política de compras realizada pelo governo Bolsonaro, que foi prejudicial para o produtor brasileiro:
‘’A gente percebe que nacionalmente teve uma baixa muito grande no mercado para os catadores. Então a produção deles permanece a mesma, às vezes até aumenta, mas o valor do material devido à questão internacional, da questão de produtos, que substitui o produto de reciclagem, abaixou muito o preço. O governo Lula já reagiu taxando mais alto essa compra internacional para valorizar o catador. E aqui a gente criou um Auxílio do Catador justamente para nesses momentos difíceis, que tiver essa oscilação do mercado, ser um complemento para que o catador continue com essa importante ação de agente ambiental que é a coleta do material reciclado na nossa cidade e nos distritos’’.
Já Lisboa, além de salientar esses pontos que o Chiquinho apontou sobre o mercado e dificuldades financeiras que os catadores passam no dia a dia, frisou o impacto direto desse projeto: ‘’Hoje o benefício é direto para a catadora e catador, desde que esteja vinculado a alguma associação local. Atualmente são quatro associações e esse primeiro repasse está sendo feito para 20 pessoas, 20 catadores, totalizando o montante de R$10.000 na primeira parcela.’’
Nosso jornal ouviu também o Agenor Magalhães, presidente da Associação de Materiais Recicláveis de Antônio Pereira:
‘’Esse auxílio dará um incentivo a mais para os catadores. A gente já está até conseguindo mais pessoas para trabalhar, tem gente nos procurando para ingressar no projeto, então a tendência é de melhoria. Com esse benefício a associação terá um motivo a mais para o pessoal trabalhar, e ainda ter orgulho de trabalhar como catador. O nosso trabalho une a relação ao meio ambiente e a qualidade de vida. Agora a geração de renda também chega para somar’’.
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Fundado em 1990 por Francelina e Arnaldo Drummond do antigo Instituto de Arte e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), o jornal nascia em meio a uma onda democrática, que inspirava os brasileiros naquele momento. Tendo como objetivo levar informação aos cidadãos ouro-pretanos, o Galilé se diferenciava dos demais concorrentes por ser um jornal de opinião, oferecendo um pensamento crítico acerca da realidade ouro-pretana e brasileira.