Na última sexta-feira (23), o Coletivo Mães da (R)existência convidou todos os vereadores de Mariana a uma reunião. O propósito do encontro era tratar de políticas públicas destinadas ao público LGBTQIAPN+. Além disso, aconteceria a apresentação do Coletivo e o debate de temas relacionados à saúde mental da comunidade.
A reunião foi cancelada em razão da ausência dos políticos. Representantes da Câmara afirmaram que houve um conflito de agenda. Assim, os vereadores que estavam presentes são: Manoel Douglas (Preto do Cabanas) e Edson Agostinho (Leitão). Os vereadores Beth Cota e Ediraldo Ramos enviaram representantes. O Galilé tentou contato com esses quatro vereadores, entretanto, até o momento, não teve retorno de nenhum deles.
Segundo Teresa de Jesus, presidente do Coletivo, ao chegarem ao Centro de Convenções, lugar onde se passaria a reunião, não encontraram os vereadores convidados. Ela explica que tentaram entrar em contato com eles, porém, sem sucesso.
Nós, do coletivo, nos sentimos invisíveis nessa situação, nos programamos durante uma semana em preparação para a reunião, entramos em contato com especialistas para abordar os assuntos na pauta apresentada”
explica Teresa.
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Comunidade LGBTQIAPN+
Wasington Reis, homenageado pelo Coletivo na Semana da Diversidade, aponta problemas estruturais do município em relação à população LGBTQIAPN+. Nesse sentido, ele explica que a comunidade vem sofrendo inúmeros problemas em Mariana, como a dificuldade de acesso à saúde, educação, assistência social e apoio para a realização de atividades do Coletivo.
Como sou um artista, preto, gay e da cidade, em todos os meus shows trago a importância de respeitar os nossos corpos e a nossa existência. Ocupando um espaço de notoriedade na cidade, posso dar voz aos meus. Fui convidado para a reunião por essa luta e como convidado de honra do Coletivo, para que pudesse contribuir ainda mais para essa discussão. Tenho um privilégio enquanto uma pessoa preta e gay de ocupar uma vaga em uma universidade pública, enquanto para muitos essa oportunidade é muito distante. Então, esses assuntos precisam ser debatidos para que possamos encontrar espaço político para melhorar esse cenário”
Wasington discorre.
O homenageado considera o ocorrido “um verdadeiro descaso com o coletivo, com a pauta LGBTQIAPN+ e com a própria cidade”. Ele afirma que os demais vereadores não apareceram e também não enviaram justificativas para tal. “Mariana é uma cidade que precisa muito caminhar em discussões como essas, em pensar políticas que atendam de fato às minorias, deixar de fazer política apenas para pessoas do colarinho branco e entender que as minorias carecem de atenção também”, completa.
Por fim, o Coletivo publicou uma nota de esclarecimento através das redes sociais.
Coletivo Mães da (R)existência
O Coletivo Mães da (R)existência é uma organização que busca promover políticas públicas voltadas para a comunidade LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais e Não-binários), com foco especial nas questões relacionadas à maternidade. Mães e outras pessoas que têm interesse em apoiar e defender os direitos dessa comunidade compõem o grupo, especialmente quando se trata de garantir o respeito, a igualdade e a inclusão dessas famílias na sociedade.
O Coletivo Mães da (R)existência trabalha para conscientizar a sociedade sobre as diversas realidades das famílias LGBTQIAPN+, combatendo a discriminação e promovendo a aceitação e o apoio mútuo. Eles podem se engajar em atividades como advocacy político, campanhas de conscientização, apoio emocional, entre outras ações que visam criar um ambiente mais inclusivo e seguro para todas as formas de famílias.
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Jornalista em formação pela Universidade Federal de Ouro Preto. Fascinada pela arte da comunicação e seus desdobramentos. Estagiária no Jornal Galilé e na Rádio Real FM.
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