Mulheres da Ocupação Chico Rei no RS trabalhando nas cozinhas solidárias do MTST

Raquel Castro e Eliane Araújo passaram dois dias e meio na estrada, de Ouro Preto até Porto Alegre, RS, para ajudar nas cozinhas solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST). Acostumadas com a lida na Ocupação Chico Rei, as duas mulheres agora trabalham para fornecer alimento para os atingidos pela maior tragédia climática do sul do país.

Na iminência da fome – advinda da escassez de alimentos – desde o início do mês, o MTST tomou frente no apoio direto aos atingidos, através da estrutura já existente das cozinhas e do apoio de apoiadores de todo o Brasil. O portal Brasil de Fato divulgou ontem que mais de 84 mil refeições já foram entregues desde o início do período mais crítico. Atualmente, as cozinhas disponibilizam 4 mil marmitas por dia.

A ida das duas mulheres ouro-pretanas se deu no contexto de parceria entre os movimentos. Elas chegaram na cidade, com a intenção de auxiliar no que for preciso, “Estamos aqui colaborando em qualquer função que pudermos ser úteis, mas nosso foco está sendo a cozinha solidária, localizada no bairro do Azenha”, disse Raquel Castro ao Galilé.

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TRABALHO DO MTST NO RS

Ontem, uma comitiva de ministros esteve na Cozinha Solidária Azenha, com intuito de acompanhar o trabalho feito pelo MTST. Na ocasião, os representantes do governo federal destacaram a força dos movimentos populares nesse processo de reconstrução. “A participação do povo tem sido fundamental no enfrentamento dessa tragédia”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo.

Nesse sentido, a relevância desta entrega para as pessoas, emociona Raquel. O trabalho, que poderia ter uma carga pesada dada a realidade imposta, se transformou num ambiente fraterno, em que a solidariedade canta, “A cozinha solidária é espetacular, é algo emocionante. Eles levam alimento a quem terá apenas a refeição oferecida pela cozinha, pra saciar sua fome no dia a dia . É um local de harmonia, as pessoas fazem comida cantando”, confidenciou Raquel.

Quanto ao funcionamento da Cozinha, logo cedo, pouco depois do sol nascer, as pessoas necessitadas já se aglomeram na porta da cozinha, esperando pelo café da manhã. À medida que o dia avança, filas se formam para o almoço e, mais tarde, para o jantar. Para muitos, essas refeições são a única garantia de comida do dia.

O que torna essa cozinha diferente é a qualidade dos alimentos oferecidos. A comida servida é de alta qualidade, superior àquela comprada no dia a dia, graças ao uso de produtos orgânicos. A dedicação dos coordenadores em garantir a excelência é evidente. São extremamente rígidos quanto à qualidade, preparo e distribuição da comida, assegurando que cada refeição seja nutritiva e saborosa.

Para Raquel, o que enche o coração de felicidade é ver que “existe a união de todos pra tentar amenizar o sofrimento de todos perante essa tragédia. E detalhe: a comida é servida aos necessitados, mas qualquer um que tiver fome e entrar na fila, leva sua refeição”, finalizou Raquel ao Galilé.

E as pessoas interessadas em ajudar, devem se informar:

Mulheres da Ocupação Chico Rei no RS trabalhando nas cozinhas solidárias do MTST

De acordo com dados da Defesa Civil,e, 2,3 milhões de gaúchos de 471 municípios já foram afetados até agora pela tragédia climática. Há 581 mil pessoas desalojadas e quase 47 mil em abrigos.

A OCUPAÇÃO CHICO REI EM OURO PRETO

Mulheres da Ocupação Chico Rei no RS trabalhando nas cozinhas solidárias do MTST
Nessa foto, a Ocupação estava no Febem. Foto: Reprodução Facebook

Desde 2015, o movimento popular por moradia de Ouro Preto tem na Ocupação Chico Rei um símbolo de um povo que não esmorece perante à luta. Nascida no dia do natal daquele ano, desde então as pessoas lutam por um pedaço de terra na cidade histórica.

Atualmente, a Ocupação está nas terras da Novelis  (ex-Alcan), no bairro Saramenha. No começo, eles se organizaram nas antigas terras públicas da FEBEM. As famílias que moram no atual espaço, buscam através de atos e de ocupação de espaços públicos, transformar a luta em políticas públicas de habitação. E a Prefeitura de Ouro Preto possui planos, através do Minha Casa, Minha Vida, de entregar um residencial Chico Rei, nos próximos anos.

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