Na segunda-feira (24), a Casa de Cultura Negra de Ouro Preto recebeu em Brasília o Prêmio Rodrigo Melo Franco, na categoria Entidades da Administração Pública. A 36ª edição contemplou projetos com o tema “Promoção da Igualdade Racial”.
O tema desta edição, 2023, veio na esteira nos 20 anos da Lei 10.639/2003, que incluiu nas diretrizes e bases da educação nacional a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo da Rede de Ensino.
A conquista veio para premiar as ações já realizadas na Casa de Cultura Negra, como aulas de inglês, dança, teatro, capoeira, canto e música, lançamentos de livros, exposições e oficinas, todos voltados para a promoção da igualdade racial.
O valor do prêmio é de R$ 25 mil e segundo o Diretor de Igualdade Racial da instituição, Kedison Guimarães: “a gente está estudando a possibilidade de abrir um edital de contemplação, um edital de chamamento para a utilização do recurso”.
A Casa, inaugurada em 2020, está localizada no terreno ao lado da Igreja Santa Efigênia, importante local onde surgiu um dos primeiros núcleos que originou a cidade de Ouro Preto, cujos famosos prédios foram construídos com sangue e suor dos escravizados. A instituição tem como objetivo preservar a cultura afrodescendente e além de reafirmar a sua importância na formação do país.
O espaço é mantido pela Prefeitura Municipal de Ouro Preto por meio da Secretaria de Cultura e Turismo.
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O prêmio foi entregue a Kedison pelo presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Antônio Grass Peixoto, e pela Ministra da Cultura, Margareth Menezes, no Clube do Choro em Brasília.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Kedison agradeceu as pessoas e entidades que ajudaram nesta vitória:
“Agradeço a toda equipe que se prontificou e se uniu para que pudéssemos inscrever a Casa de Cultura neste edital. Agradeço a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a Secretaria de Cultura e Turismo, que uniu as equipes para que pudéssemos escrever este projeto. Agradeço às pessoas que lutaram bravamente para que esta Casa de Cultura Negra existisse. Fórum de igualdade racial, na pessoa da Marcia Valadares do Adilson Pereira. Agradeço também a toda equipe da Casa de Cultura Negra que se prontifica a luta para que possamos fomentar a igualdade racial em nosso município. Agradeço aos ancestrais e aos Orixás por esta contemplação. Axé.”
Sobre o Prêmio
Realizado desde 1987, promovido pelo Iphan, vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade é a maior premiação concedida a iniciativas de valorização e preservação do Patrimônio Cultural no País.
O nome do Prêmio é uma homenagem ao advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade, nascido em 1898, em Belo Horizonte (MG). Entre 1934 e 1945 integrou o grupo formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922, quando se tornou o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil. Em 1937, esteve à frente da criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Iphan, o qual presidiu por 30 anos. (Via MinC)
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Graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto. Atua como estagiário no Jornal Galilé e na Rádio Real FM.