Vereador critica atuação da Fundação Renova em Mariana: “Fracasso”

Vereador critica atuação da Fundação Renova em Mariana: "Fracasso"

O vereador Manoel Douglas, em entrevista à Rádio Real, fez duras críticas à atuação da Fundação Renova, fundação responsável pela reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, ocorrido em novembro de 2015. Além disso, o político ainda questionou o projeto a longo prazo da mineradora Samarco, que anunciou há dois meses planos para reestabelecer 100% das operações na cidade até 2029.

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Ele argumentou que a Fundação Renova foi criada como uma forma de proteger os interesses das mineradoras, como a Vale e a BHP, em detrimento da população de Mariana. Segundo o vereador, a Renova tem falhado em cumprir seu propósito de reparação integral dos danos causados, deixando a desejar em termos de transparência, participação das comunidades afetadas e justiça. Preto do Cabanas considerou a atuação da Renova um verdadeiro fracasso.

“Foi um fracasso. Brumadinho todo mundo já foi reparado e não teve Renova. E aí eu vou citar um exemplo: pra mim a Fundação Renova é uma testa de Ferro da Vale e da BHP. Ela foi criada para enganar a população, para proteger o nome Vale e BHP. A gente não pode esquecer que a responsabilidade é das mineradoras, disse Preto à Real.

O parlamentar ressaltou que a responsabilidade pelos danos causados é das próprias mineradoras, e não pode ser transferida para a Renova.

Atuação das mineradores e volta da Samarco 100% em Mariana

Durante uma entrevista coletiva realizada na Câmara Municipal, ele declarou que a maneira como está sendo feita a retomada não é a mais benéfica para a cidade. No dia 28 de março, a Samarco apresentou através de uma Audiência Pública o projeto de retomada de 100% das operações na cidade. Atualmente, a mineradora atua com 26% da capacidade, a previsão é que até 2029 a extração de minério na Primaz de Minas atinja a plenitude.

Por isso, o vereador também defendeu a participação ativa da Câmara Municipal nas discussões antes da liberação da declaração de conformidade para as mineradoras. Ele criticou a forma como esse processo tem sido conduzido nos últimos anos e enfatizou a importância de não liberar a retomada das atividades sem a devida análise e garantia de que os interesses da população sejam protegidos.

“Nessa retomada de operações da Samarco, grande parte das cavas são dentro do território de Ouro Preto, então o CEFEM vai vir pra Ouro Preto, só que esse cálculo está errado. Todos os danos acontecem na cidade de Mariana. O transporte é feito lá, a moradia é lá, todo o sistema público utilizado por esses trabalhadores são dentro de Mariana. Por isso tem que ser discutido. Precisa ser condicionado. Para a mineradora trazer três mil pessoas para a cidade de Mariana, precisa ser feito um plano antes e um alvará de funcionamento. É preciso ter pulso do poder público. Mariana tem que discutir porque é Mariana que da a declaração de conformidade para que a mineradora possa funcionar em Mariana. Se não está dentro da declaração de conformidade todos os ajustes que Mariana precisa, não tem como instalar. Do jeito que está sendo feito, é mais prejudicial para a cidade de Mariana o retorno de 100% da Samarco, do que ficar como está” disse Preto na entrevista à Real.

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Preto do Cabanas argumentou que a forma como o CEFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) está sendo calculado está errada, já que não leva em consideração os prejuízos sofridos por Mariana. Ele ressaltou que o transporte, a moradia e todo o sistema público utilizado pelos trabalhadores estão concentrados em Mariana, o que torna essencial a discussão dessa questão.

“Precisa de um alinhamento do poder público, mais responsabilidade dos gestores. Mariana é rica em minério, não vamos falar que é ruim para Mariana, nós vivemos disso. Somos dependentes do minério, precisamos trabalhar uma diversificação econômica, precisamos trabalhar (…) A câmara tem que participar de todas as discussões antes que seja liberada a declaração de conformidade. Porque não podemos liberar da forma que está sendo feita nos últimos anos”, finalizou Preto.

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