‘Vacina contra o fascismo’: Angelo Oswaldo exalta liberdade e Bárbara Heliodora em discurso da Inconfidência

Ontem (21), durante a cerimônia de entrega da medalha da Inconfidência em Ouro Preto, o prefeito Angelo Oswaldo proferiu um discurso marcante, exaltando a liberdade e homenageando figuras históricas como Bárbara Heliodora. O evento contou com a presença do governador Romeu Zema, transformando simbolicamente Ouro Preto na capital do estado.

O discurso do prefeito ressoou como um chamado à reflexão sobre os valores democráticos e a luta contra o fascismo. Ele comparou a celebração da Inconfidência a uma vacina contra os diferentes “vírus do fascismo”, destacando o papel histórico de figuras como Tiradentes e os conjurados de 1789.

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Angelo Oswaldo lembrou também do legado de Juscelino Kubitschek, que prescreveu a peregrinação anual à cidade como forma de imunização contra regimes autoritários. Ele enfatizou que a liberdade é mais do que uma palavra abstrata, sendo o cerne da coragem demonstrada pelos Inconfidentes diante do despotismo colonial.

A homenagem a Bárbara Heliodora foi um dos pontos altos do discurso, com Oswaldo ressaltando sua importância histórica e clamando pela união entre ela e Alvarenga Peixoto, simbolizando o amor pela liberdade. O reencontro histórico do casal, possibilitado por diversos agentes culturais e políticos, foi destacado como um marco significativo para Minas Gerais e o Brasil.

Além disso, o prefeito parabenizou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pela outorga do Grande Colar da Inconfidência, reconhecendo sua trajetória acadêmica e seu compromisso com o país em momentos cruciais.

Em meio às reflexões sobre o passado e o presente, Angelo Oswaldo concluiu seu discurso com vivas a Tiradentes, Bárbara Heliodora, à cultura e à liberdade

VEJA O DISCURSO COMPLETO:

Excelentíssimo Sr. Governador do Estado de Minas Gerais Romeu Zema, Excelentíssima Sra. Presidente do Tribunal Regional Federal de Minas Gerais, Desembargadora Mônica Sifuentes, Digníssimas Autoridades, Ilustres Agraciados e Agraciadas, Senhoras e Senhores, Prezada Vice-Prefeita Regina Braga, Estimado Presidente da Câmara Municipal, Vereador José Geraldo Muniz, Querido Povo de Ouro Preto, a quem tenho a honra de representar nesta cerimônia.

A celebração da Inconfidência é uma espécie de vacina que Ouro Preto nos aplica a cada 21 de Abril, imunizando-nos contra os diferentes vírus do fascismo. Esta vacinação foi prescrita por um grande médico. Em 1952, o então governador do Estado, Dr. Juscelino Kubitschek, recomendou a peregrinação anual à cidade dos Inconfidentes de Minas Gerais como o melhor meio de evitar qualquer contaminação.

A consciência do papel desempenhado por Tiradentes e pelos ideais dos conjurados de 1789 revela que o Brasil tem um compromisso de raiz com a república e a democracia, com a justiça social, a paz e a liberdade. Mesmo há 60 anos, quando o presidente Juscelino foi vítima do golpe e da ditadura, jamais perdeu a fé na liberdade e na democracia.

Liberdade não é apenas uma palavra que descreve um estado abstrato, do qual só temos efetiva ciência quando dele privados. Não podemos fingir com essa palavra. Ela deve ser, para todos os mineiros, a tradução da coragem com que os Inconfidentes buscaram aplacar, por meio da insubmissão ao arbítrio, a angústia imposta pelo despotismo da era colonial. Liberdade é a luz com que os mártires da Capitania das Minas iluminam nossos caminhos na História.

Desde a infância, as crianças mineiras devem ser vacinadas também com a lição de Tiradentes. Devem conhecer todos aqueles que, envolvidos na trama, deram sua contribuição ao alvorecer da liberdade. Ainda hoje, descobrimos e desvendamos lances decisivos do movimento libertário.

No memorial da conjuração, no Museu da Inconfidência, uma mulher recebeu o reconhecimento e a homenagem que lhe eram devidos, em mais um gesto que amplia a revelação de fatos sequestrados pela nossa amnésia histórica. Bárbara Heliodora, Marília e Hipólita Jacinta Teixeira de Melo estão presentes no Panteão da Inconfidência como partícipes da fundação da república brasileira.

É crucial unir Bárbara e Alvarenga Peixoto, como exclamou a escritora e magistrada Mônica Sifuentes. Este reencontro histórico do casal, possibilitado por diversos agentes culturais e políticos, é um marco significativo para Minas Gerais e o Brasil.

Quero expressar meus cumprimentos pela outorga do Grande Colar da Inconfidência ao Presidente Fernando Henrique Cardoso, que, embora ausente, acompanha esta solenidade. Sua dedicação ao país em momentos cruciais merece reconhecimento.

Hoje, aplaudimos o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como o estadista que, em momentos cruciais, demonstrou seu compromisso com os ideais que animaram os Inconfidentes, incentivando o povo mineiro a preservar os registros históricos de nossa contribuição na construção da pátria brasileira.

Viva Tiradentes, viva Bárbara Heliodora, viva a cultura, viva a liberdade!

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