Superintendente da Saneouro expõe números de consumo e explica falta de água em Ouro Preto

A população de Ouro Preto enfrenta um cenário crítico em relação à falta de água, com reclamações quanto ao abastecimento feito pela Saneouro em diversos bairros. Com intuito de informar sobre essa realidade, o superintendente da empresa, Evaristo Bellini, concedeu uma entrevista coletiva, em que afirma que no mês de novembro, o consumo médio por habitante na cidade atingiu o dobro do recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com ele, esse seria um dos motivos da falta de água nas regiões afetadas.

A ONU estabelece a necessidade de 110 litros de água por dia para a subsistência humana. No entanto, em Ouro Preto, a média de consumo diário por habitante em outubro alcançou a marca preocupante de 180 litros, conforme apontado por Belini. Ele ainda afirmou que 16% dos hidrômetros estão acima de 15 mil litros por mês de consumo, o que seria considerado gasto excessivo.

O superintendente destacou que, em outubro, o consumo já ultrapassou os 204 litros por dia, e a projeção para novembro é ainda mais alarmante, alcançando a estimativa de 220 litros diários. Ele expressou inquietação com esse aumento significativo, atribuindo parte dessa situação ao calor, mas ressaltando que existe um consumo exagerado na cidade.

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“Então, está havendo um alto consumo. Claro, com o calor, é natural que a gente consuma mais, certo? No entanto, existe um consumo exagerado, muito exagerado. nós estamos realizando campanhas de conscientização desde junho, certo? Estamos engajados nisso. A comunicação mesmo lançou a campanha na semana passada. Intensificamos ainda mais a questão do uso consciente da água. Mas o que observamos nas ruas, eu frequento bastante as obras e essas ações de tratamento, é que as pessoas estão lavando calçadas, ruas e carros de forma excessiva, apenas para se refrescar”

disse Evaristo.

Belini mencionou as campanhas recentemente lançadas pela Saneouro para promover o uso consciente da água, apesar de reconhecer que práticas como a lavagem excessiva de calçadas, ruas e carros ainda são comuns, contribuindo para o alto consumo.

O superintendente enfatizou a urgência de uma ação conjunta entre a empresa e a população para lidar com a escassez hídrica. Ele fez um apelo à conscientização da comunidade, destacando a importância de reduzir a quantidade de água consumida diante da atual situação crítica.

Saneouro Adota Medidas para Contornar Escassez de Água em Ouro Preto

A principal medida adotada envolve manobras operacionais nos bairros abastecidos pelo reservatório do Projeto Sorria. Agora, essas regiões recebem água dia sim e dia não, alternando entre bairros específicos. O superintendente ressaltou que as manobras, iniciadas em 21 de novembro, não têm previsão de término.

Bellini também informou sobre o reforço na frota de caminhões-pipa para abastecimento emergencial, apesar das limitações de acesso a alguns pontos devido à topografia da cidade. O consumo em outubro de 2023 já foi 10% superior ao mesmo período de 2022, e a projeção para novembro aponta um aumento de 13%.

Desde janeiro de 2020, a Saneouro investiu aproximadamente R$ 60 milhões em melhorias, incluindo poços de produção, redes de distribuição e expansão das Estações de Tratamento de Água. Bellini enfatizou a importância do uso racional da água e alertou sobre o contexto global de escassez, pedindo a colaboração da população para enfrentar a situação crítica.

O comunicado concluiu com orientações sobre o uso racional da água, incentivando práticas como fechar a torneira ao escovar os dentes, tomar banhos rápidos e reutilizar a água da máquina de lavar, destacando a importância da participação de todos para superar a crise hídrica.

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Redação

Fundado em 1990 por Francelina e Arnaldo Drummond do antigo Instituto de Arte e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), o jornal nascia em meio a uma onda democrática, que inspirava os brasileiros naquele momento. Tendo como objetivo levar informação aos cidadãos ouro-pretanos, o Galilé se diferenciava dos demais concorrentes por ser um jornal de opinião, oferecendo um pensamento crítico acerca da realidade ouro-pretana e brasileira.