A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou, nesta quarta-feira (3), detalhes da investigação do latrocínio (quando, para consumar o roubo, a violência empregada pelo agente causa a morte da vítima) do motorista de aplicativo, de 22 anos, que estava desaparecido desde o dia 28 de dezembro, em Belo Horizonte, e teve o corpo encontrado em Itabirito. A Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD) investigava o caso desde o dia 29, quando a família do jovem procurou a unidade policial para registrar o boletim de ocorrência.
O corpo da vítima foi localizado no final da tarde desta quarta-feira e será conduzido para o Instituto Médico-Legal para exames periciais e identificação.
As investigações apontam que o homem é vítima de um crime premeditado por dois casais de namorados: uma mulher, solicitante da corrida, de 31 anos, e um homem, de 25, além da irmã da solicitante, de 29 anos e um menor, de 16. Eles embarcaram no carro de aplicativo da vítima, na madrugada do dia 28, saindo da divisa de Belo Horizonte e Nova Lima com destino à rodoviária de Itabirito.
Segundo o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, o motorista de aplicativo exigiu adiantamento de R$ 100, o que foi feito por uma das mulheres, solicitante da corrida. O restante seria pago ao final do destino.
“No início do trajeto, o motorista parou no Posto Chefão para abastecer e saiu do carro. Neste momento, desconfiado dos passageiros, ele enviou mensagens para amigos afirmando que a ‘corrida molhou’, ou seja, era perigosa”, informou Fonseca. Em paralelo, os quatro suspeitos combinavam a dinâmica do crime.
De acordo com o delegado, após o carro passar pela barreira da Polícia Rodoviária Estadual, um dos indiciados fingiu passar mal.
“Em seguida, o menor pediu ao motorista para parar o carro. Este menor, inclusive, já havia tirado a camisa e enrolado-a de forma a deixá-la rígida como uma corda. O outro suspeito então pegou a camisa enrolada pelo menor e enforcou a vítima, puxando-a para o banco traseiro. Neste momento, os dois continuaram a enforcá-lo”, explica o delegado.
Investigações apontam que é nesse momento que o adolescente assume, então, a direção do veículo e, na entrada da cidade, na Ponte do Rio Itabirito, jogam o corpo e o celular da vítima. “Em seguida, os suspeitos entram em uma estrada de terra na região do Marzagão e dispensam o celular da solicitante da corrida. Em outro ponto, dispensam outros pertences da vítima. Depois andam mais alguns metros e abandonam o carro. Em seguida, a solicitante registra um falso boletim de ocorrência de furto de celular, na tentativa de criar um álibi”, esclarece o delegado.
Segundo as investigações, os familiares da suspeita solicitante da corrida foram ameaçados pela comunidade do Aglomerado da Serra, onde morava o motorista.
“Os familiares da suspeita se viram em uma situação de muita pressão, já que, além de serem ameaçados por moradores do Aglomerado, sabiam que a polícia já investigava a mulher. Assim, decidiram colaborar com a equipe da DRPD e confirmaram envolvimento da solicitante da corrida como envolvida na morte do motorista”, informou Fonseca.
A solicitante da corrida, o suspeito e o menor infrator contrataram advogado e se apresentaram na delegacia de Itabirito nessa terça-feira (2/1). A outra suspeita foi presa no mesmo dia por policiais da Delegacia de Polícia Civil em Itabirito.
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Interlocução entre delegacias na investigação da morte de motorista de aplicativo em Itabirito
Segundo o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, esse caso é resultante de uma importante interlocução entre unidades policiais. “A primeira unidade a tomar conhecimento do fato foi a Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, no dia 29, e por se tratar de um motorista de aplicativo, a atividade de risco foi imediatamente identificada. O investigador da DRPD, que elaborou a ocorrência, descobriu a localização do carro, em Itabirito, e pediu prontamente apoio à unidade policial local”, afirmou.
Os quatro suspeitos foram apresentados no plantão policial de Ouro Preto e submetidos ao flagrante na 2ª Central Estadual do Plantão Digital, tendo sido o Auto de Prisão em Flagrante Delito e o Auto de Apreensão em Flagrante de Ato Infracional presididos e ratificados pelo delegado Marco Antônio Rocha.
“A equipe da delegacia de Itabirito e Ouro Preto prestaram inestimável apoio operacional nesta diligência, o que resultou, inclusive, na prisão, por tais policiais, da quarta autora, irmã da solicitante da corrida”, elogiou Fonseca.
Prisão e apreensão
Segundo a chefe da DRPD, Ingrid Estevam, as duas suspeitas e o homem estão presos e foram encaminhados ao sistema prisional. Eles serão indiciados por latrocínio, ocultação de cadáver e corrupção de menor. O adolescente, que cometeu ato infracional análogo a crime violento, foi apreendido e será apresentado ao Fórum de Itabirito, aguardando decisão judicial. “A Justiça decidirá então se o menor será internado ou liberado”, complementou a delegada.
Três corpos foram encontrados no Rio Itabirito
Durante as buscas pelo corpo do motorista de aplicativo, outros três corpos, não relacionados com o crime, foram encontrados no Rio Itabirito. Eles foram conduzidos para o IML.
Fundado em 1990 por Francelina e Arnaldo Drummond do antigo Instituto de Arte e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), o jornal nascia em meio a uma onda democrática, que inspirava os brasileiros naquele momento. Tendo como objetivo levar informação aos cidadãos ouro-pretanos, o Galilé se diferenciava dos demais concorrentes por ser um jornal de opinião, oferecendo um pensamento crítico acerca da realidade ouro-pretana e brasileira.
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