Pessoas ignoram sinalização e andam ao lado do Morro da Forca, em Ouro Preto

Mesmo com a sinalização da Defesa Civil e da Guarda Municipal, motociclistas, motoristas e pedestres insistem em retirar ou ignorar os informes e transitar na Rua Diogo de Vasconcelos, em frente ao Morro da Forca, em Ouro Preto. Imagens desta segunda-feira (9) mostram pessoas transitando na via normalmente, ignorando o perigo que o deslizamento de terra pode causar a qualquer momento. Veja:

Veja fotos:

A área próxima à Praça da Estação está interditada desde sábado (7), com o risco do Morro da Forca desmoronar a qualquer momento. De acordo com o secretário de Defesa Social de Ouro Preto, Juscelino Gonçalves, o risco para quem ignora a sinalização e transita naquele local é iminente.

“Se alguém pensa que passará rapidinho para acessar do outro lado, esse rapidinho pode rolar uma pedra e há um risco, inclusive, que um material derrube os postes e eles joguem a rede energizada na pessoa. Quando a Defesa Civil e os demais órgãos de segurança isolam ou interditam totalmente é porque não dá nem para passar. Agora, se for o caso de alguma situação em que se pode passar, nós estamos promovendo um corredor, uma passagem segura em que as pessoas têm condições de passar. Isso só de se bater o olho, verá muito bem indicado que há um ‘caminho da roça'”, declarou Juscelino Gonçalves à Rádio Real FM.

O secretário de Defesa Social de Ouro Preto também contou que foi questionado pela Procuradoria e pela Reitoria da UFOP sobre o Centro de Convenções. Assim, a pasta fez um ofício recomendando que fossem interrompidas as atividades que acontecem no prédio, assim como na porção sul do Salão Mariana e nas entradas do portão da administração, principalmente em dias de festas. A outra parcela, localizada no norte do Centro de Convenções, a Defesa Civil e a Secretaria Municipal de Defesa Social entende que, neste momento, não há risco.

Já sobre a Escola Pequeno Mundo, localizado bem próximo ao Morro da Forca, não estão descartados possíveis desplacamentos. “O risco não é zero. Motivo pelo qual que, no ano passado, solicitamos que fosse feita inversão do acesso à escola pela Vitorino Dias”, disse o geólogo da Defesa Civil de Ouro Preto, Charles Murta, também à Rádio Real FM.

Monitoramento do Morro da Forca

Ainda segundo Charles Murta, não existe monitoramento da Defesa Civil de uma encosta tão problemática quanto ao do Morro da Forca a olho nu, pois escapa aos sentidos humanos qualquer movimento pequeno que antecede o movimento grande. “Motivo pelo qual é necessário fazermos o acompanhamento. Mas o monitoramento detalhado seria feito com instrumentação, como radar de superfície”, afirmou.

Segundo Juscelino Gonçalves, o Município pleiteia, junto à Fundação Gorceix e às mineradoras da região, um sistema de radar sísmico para detectar milimetricamente qualquer movimentação na encosta para, assim, a Defesa Civil ser acionada para tomar as medidas de segurança necessárias rapidamente.

Confira a entrevista completa da Defesa Civil à Rádio Real FM clicando aqui.

Rômulo Giacomin

Jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), tendo passagens pelo Mais Minas, Agência Primaz e Estado de Minas.