Indicação para criação de Museu do Topázio Imperial em Rodrigo Silva é aprovada pela Câmara de Vereadores

Na última quinta-feira (22), durante a 37ª reunião ordinária da Câmara Municipal de Ouro Preto, o vereador Renato Zoroastro (MDB), apresentou a indicação 211/2023 que traz a criação de um museu do Topázio Imperial em Rodrigo Silva. Desse modo, com finalidade de fomentar o turismo local, incentivar a geração de empregos, renda e valorizar a história do distrito.

“Seria um reconhecimento para o distrito de Rodrigo Silva, como o centro mundial, podemos falar assim, do Topázio Imperial. Desse modo, reconhecer que é importante, não só trazer o sentimento de pertencimento que o distrito tem em relação à produção dessa importante gema. Mas, também, reconhecer o espaço local como um grande difusor do Topázio Imperial no mundo. Então, seria importante que o município valorizasse, no sentido da criação do museu para conhecimento das pessoas sobre a exploração, quando ela começou, quando encontraram o encontraram pela primeira vez. E assim, levar escolas e despertar o conhecimento sobre o assunto aos alunos dos distritos e outros munícipes”, detalhou o vereador.

A saber, a indicação teve aprovação por 10 votos e segue para o executivo.

Topázio Imperial em Ouro Preto

Contudo, o Topázio Imperial, é a variedade mais rara do topázio e é exclusiva de Ouro Preto. O nome está relacionado ao brilho da terra, que emite luz na escuridão, o topázio imperial também se tornou conhecido como topázio dourado. Consoante portal, Brasil Gemas, a palavra “topázio” significa “buscar”. No entanto, também dá nome a uma ilha no Mar Vermelho que frequentemente ficava repleta de neblina, e com isso era difícil ser localizada.

Leia mais: Ex-prefeito de Mariana crítica Renova e olha com cuidado para julgamento na Inglaterra

Distrito de Rodrigo Silva

Os primeiros registros relativos ao local denominado José Correia sempre estão ligados à Santa Quitéria do Alto da Boa Vista, antiga paragem colonial, hoje abandonada, próximo de Rodrigo Silva. A mineração de topázio sempre esteve presente na história do lugar. Viajantes estrangeiros já registravam a exploração de topázio no início do século XIX. Algumas destas lavras eram gigantescas, empregando centenas de escravos. 

Até a chegada dos ferroviários José Correia compunha-se de fazendas espalhadas por léguas de distância. A mais famosa delas é a Fazenda do Fundão, ainda existente. Nesta fazenda nasceu em 1870 Alfredo Fernandes dos Prazeres personagem importante na construção da nova cidadezinha ferroviária. Quando no começo da década de 1880 fez-se o projeto da estrada de ferro ligando o Rio de Janeiro à Ouro Preto, projetou-se também uma nova paragem a se estabelecer em José Correia, que teria seu nome mudado para Rodrigo Silva em homenagem a um ministro imperial. O complexo ferroviário – inaugurado por Dom Pedro II em 1888 – estendeu-se posteriormente de um lado a outro, paralelo à estrada de ferro.

Esta conformação urbana em torno da antiga ferrovia deu a feição atual do arruamento, que, grosso modo, se estende por uma larga e comprida rua principal paralela aos trilhos. Desta rua principal partem pequenas ruelas ou becos que atingiam, outrora, sítios e fazendas, nos fundos dos vales.
No começo do século XX fundou-se a Sociedade Musical Santa Cecília de Rodrigo Silva, símbolo primeiro da cultura desenvolvida pelos ferroviários. No arquivo desta banda encontram-se composições feitas pelos ferroviários, demonstração de grande apuro musical. Hoje nos trilhos de Rodrigo Silva não passam mais trens, mas a cultura do topázio continua, com a exploração do famoso topázio imperial, único do mundo.

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias da Região dos Inconfidentes e de Minas Gerais? Então siga o Jornal Galilé nas redes sociais. Estamos no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!

Hellen Perucci

Jornalista formada pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Atua na Real FM pela editoria de esportes e é apresentadora do Papo de Bola (Escola da Bola) e da Live Jay Sports.