“Nossa Casa”: entidade propõe alternativas para aluguel alto e moradia em Mariana

"Nossa Casa": entidade propõe alternativas para aluguel alto e moradia em Mariana

Buscando discutir o aluguel caro e moradia, no último sábado (29) ocorreu a constituição da Associação “Nossa Casa” em Mariana. Em Assembleia realizada no Centro de Convenções, o estatuto foi apresentado, bem como as propostas fundadoras da entidade. No encontro, que contou com a presença do vereador Manoel Douglas (PV) e do ex-vereador Cristiano Villas Boas (PT), o presidente Erenildo Euzébio foi eleito por unanimidade.

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A Associação tem como ponto de partida a discussão sobre os preços exorbitantes dos aluguéis em Mariana e os problemas que isso causa na população, como, por exemplo, as ocupações irregulares. De acordo com Erenildo, a “Nossa Casa” terá como propósito a cobrança do poder público por políticas habitacionais reais, além de já iniciar com a proposta de comprar um terreno social para que os membros da associação e demais interessados possam ter moradia plena.

ALUGUEL CARO EM MARIANA, MORADIA ESTUDANTIL E RESPONSABILIZAÇÃO DAS MINERADORAS

Na fala de apresentação da Associação, Erenildo deixou claro que vê como grande causa dos problemas de Mariana a atuação das mineradoras na cidade. Pela necessidade de um contingente de funcionários, as empresas criam uma demanda fora do habitual, desiquilibrando o mercado imobiliário. Para combater essa questão, a Associação sugere que a contrapartida das mineradoras seja a implantação de uma rede hoteleira na cidade. Isso, além de atenuar os problemas dos aluguéis, ainda criaria uma renda ativa, com mais empregos e renda para os moradores de Mariana.

Sem fins lucrativos, a “Nossa Casa” possui três propostas bem definidas:

“Nossa prioridade fundamental é provocar, sugerir e cobrar o poder público a executar seu papel constitucional de elaborar e executar a política habitacional. Essa é a nossa prioridade número um. A prioridade número dois é engajar, propor e cobrar as mineradoras para que façam parte da solução do problema. Apresentamos um projeto que cobra da mineradora o investimento no setor hoteleiro do município ao invés de alojar seus colaboradores de forma inadequada. Estamos dispostos a ajudar na articulação com nossos parceiros em Brasília. Nossa terceira prioridade é a compra as terras e realizar o assentamento das pessoas”, disse Erenildo ao Galilé.

Todavia vale destacar que para ter acesso a verbas parlamentares, para estabelecimento dos terrenos, uma entidade precisa ter no mínimo dois anos de atuação. Por isso, neste primeiro momento a Associação “Nossa Casa” funcionará através de uma participação de cada associado.

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As propostas:

  • CONSTRUÇÃO DE UMA REDE HOTELEIRA
  • CRIAÇÃO DE UMA SECRETARIA DE HABITAÇÃO
  • COBRAR A PREFEITURA PARA QUE PARE DE ALUGAR PRÉDIOS
  • CONSTRUÇÃO DE MORADIAS ESTUDANTIS
  • CRIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE HABITACIONAL MUNICIPAL
  • REAJUSTAR E AMPLIAR ALUGUEL SOCIAL

O vereador Manoel Douglas (Preto do Cabanas) também discursou no estabelecimento da Associação. Para o parlamentar a grande chaga da cidade de Mariana, que gera os problemas como a alta do aluguel, é a corrupção. Além disso, ele colocou a disposição da “Nossa Cassa” a Comissão de Participação Popular da Câmara de Mariana, da qual ele é presidente. O vereador também afirmou que existe uma verba que a secretaria do Desenvolvimento Social estuda para aplicar em moradia.

“Estamos discutindo na câmara a questão da moradia, que é um problema crônico em Mariana, principalmente em relação ao loteamento que foi prometido em 2020 e até agora não teve resultado. Hoje falei sobre a disponibilidade de 10 milhões de reais para serem investidos na questão da moradia, mas é necessário que o município apresente um projeto para que esses recursos possam ser utilizados. Diante desse quadro, a participação dessa associação será importante para ajudar o município a utilizar esses recursos e tomar novas ações, pois a ação do loteamento não resolverá o problema de Mariana, já que a população flutuante é muito alta devido à presença das mineradoras. É necessário discutir também a situação das mineradoras, inclusive a retomada da produção da Samarco, que hoje está em 27% com projeção de chegar a 100%. Já realizamos duas discussões sobre esse tema na Comissão de Participação Popular da câmara e deixei as portas abertas para futuras solicitações, pois é um assunto de interesse da secretária Danielly de Desenvolvimento Social, que tem interesse em trabalhar essa pauta da moradia. Parabenizo Erenildo e todos os participantes que abraçaram essa causa, mas é importante continuar levantando esse tema”, disse Manoel Douglas ao Galilé.

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Durante a discussão, Preto ressaltou a importância da estabilidade política para projetos de longo prazo, enfatizando a responsabilidade dos vereadores, já que a Câmara apresenta uma estrutura política mais sólida do que o executivo. Ele compartilha a opinião de Erenildo de que as mineradoras são a causa principal do problema da habitação e destaca que a população flutuante, trazida pelas empresas para a cidade sem a devida preocupação com os impactos, é responsável pela maioria dos problemas na cidade de Primaz de Minas.

Foto: Marina Ferreira/Assessoria Manoel Douglas

A Associação nasceu de um esforço particular de Erenildo e os demais membros de grupos que lutam pela moradia e discutem a alta dos aluguéis na cidade. Erenildo se mostrou muito emocionado com a constituição da Associação Nossa Casa, entendendo que é o início de algo grande e relevante no municipio.

“Passei o dia todo emocionado. Chorei muito porque batalhamos muito para chegar a esse momento de maturidade institucional da nossa Associação. A luta já vem há quase dois anos e agora a expectativa é de que continuemos avançando”, finalizou Erenildo ao jornal Galilé.

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