E o projeto de concessão da BR-356 possui um dos principais críticos na figura de Leleco Pimentel (PT-MG), deputado estadual com grande votação na região dos Inconfidentes e em Ouro Preto. No último sábado, ele esteve na sua cidade natal, para realizar a Reunião Regional do Alto Paraopeba e Inconfidentes, juntamente com o deputado federal Padre João (PT-MG). Entre diversos assuntos, o parlamentar aproveitou para criticar a maneira que o governo do estado conduz a privatização da rodovia. Para ele, as cobranças são abusivas e o projeto exclui o distrito de Cachoeira do Campo, de Ouro Preto.
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A principal queixa de Leleco é a falta de transparência por parte do governo nas propostas e projetos relacionados à concessão. Segundo ele, os moradores e as associações locais não foram devidamente consultados ou informados sobre as mudanças que ocorrerão nas rodovias e como isso afetará suas vidas diárias. Leleco cedeu entrevista ao repórter Antônio Isidoro, da rádio Real FM.
“Venho falar dessa concessão cruel que é a privatização por 30 anos das nossas rodovias, incluindo a saída para a nossa região, desde o trevo do Alphaville, próximo ao município de Nova Lima, até o entroncamento com a BR M262 em Rio Casca, devemos lembrar que são três trechos. O primeiro deles é a BR 356, que pertence ao governo federal e não possui, atualmente, um traçado adequado para a vida e mobilidade da nossa região, considerando ainda a utilização indevida das mineradoras que, sem nenhum cuidado, danificam nossas rodovias e nos expõem ao risco de acidentes fatais. Além disso, temos outros trechos, que vão de Mariana até Ponte Nova e de Ponte Nova até o trevo de Rio Casca, próximos à capital. A concessão prevê dois pedágios, um de R$ 14 e outro de R$ 11,50, que certamente trarão uma grande carga tributária para aqueles que dependem deles para o trabalho, saúde, educação e tudo o que é necessário na capital”, disse Leleco à Real.
Além disso, Leleco levantou questões sobre a falta de obras e melhorias nas rodovias antes do início da cobrança de pedágio da BR-356 em Ouro Preto. Ele mencionou a necessidade de passarelas para pedestres, pistas de desaceleração e caixas de contenção para caminhões, a fim de garantir a segurança dos usuários da estrada, especialmente em áreas íngremes e próximas a perímetros urbanos, como é o caso de Cachoeira do Campo.
“Essa cobrança será absurda, pois prevê-se que não haverá projetos e que as praças de pedágio começarão a cobrar sem nenhuma obra. Exigimos também a reativação dos trilhos para que as mineradoras transportem sua produção, garantindo a sua comodidade. Exigimos ainda que essa tarifa seja justa e que as obras apontadas, como passarelas para pedestres, pistas de desaceleração e caixas de contenção para caminhões, devido às áreas íngremes e às relações diretas com os perímetros urbanos, como é o caso de Cachoeira do Campo, onde mais de 3.000 trabalhadores dependem dessas melhorias. Além disso, temos um traçado na página do governo para uma rodovia externa ao trecho da Rodovia Pedro Aleixo, municipalizada em Cachoeira do Campo”, questionou Leleco.
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Leleco está convocando as câmaras municipais, prefeituras, e associações de moradores de Ouro Preto e região a se unirem nessa luta por justiça e inclusão na discussão sobre o pedágio da BR-356. Ele acredita que, se a comunidade se mobilizar, poderá pressionar o governo a revisar suas decisões e garantir que a concessão das rodovias leve em consideração as necessidades e preocupações dos cidadãos locais.
“Portanto, nossa participação aqui na Assembleia é para cobrar transparência do governo, tanto nos projetos quanto nos valores, e, acima de tudo, para garantir a participação popular. Esperamos que todos se mobilizem a partir das câmaras, prefeituras e associações de moradores, pois ou nós participamos ou seremos impostos”, finalizou o deputado à Rádio Real.
Ao longo dos 190,3 km da BR-356 serão quatro pedágios: o de Nova Lima cobrará R$ 14,51; o de Ouro Preto será de R$ 11,71; de Acaiaca custará R$ 11,24; e o de Ponte Nova cobrará R$ 6,58. Para ir de Belo Horizonte a Rio Casca, um custo total de R$ 44,04.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.