Número de trabalhadores informais em Ouro Preto cresceu mais de 40% entre 2012 e 2020, diz estudo

A secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Ouro Preto apresentou um estudo que avalia alguns aspectos da economia da cidade entre os anos de 2012 a 2020. O estudo analisou vários aspectos ligados ao desenvolvimento econômico, mas destacou-se o grande crescimento da informalidade do trabalho na cidade. A quantidade de empregos informais aumentou significativamente, passando de cerca de 9.149 em 2012 para 13.078 em 2020. O estudo serve para guar políticas públicas e ajuda o poder público a entender o perfil econômico da população.

Os resultados mostraram que houve um aumento na população em idade ativa e inativa, mas uma queda nos empregos formais ao longo do período estudado. Isso indica um crescimento da informalidade, o que pode ter consequências negativas, como a exclusão dos trabalhadores do sistema de proteção social.

Veja o estudo completo.

O estudo mostra que, ao longo do período de 2012 a 2020, ocorreu uma expressiva queda no número de empregos formais no município. Essa queda foi mais acentuada em 2015, seguida de uma leve recuperação em 2016, mas depois retornou a patamares inferiores aos de 2015. Se considerarmos a variação percentual de toda a série de dados, a queda total foi de 22,76%.

O texto também enfatiza que as variações no estoque de empregos formais não são determinadas apenas pela conjuntura municipal. Há outros fatores de peso, como variáveis macroeconômicas agregadas e o contexto político. Governos municipais têm um papel mais limitado nessas variações, podendo realizar ajustes sazonais e complementares, mas são fatores externos que exercem maior influência sobre a situação do emprego no município.

Para contextualizar, o artigo faz uma comparação da série histórica de informalidade de Ouro Preto com a série de informalidade para o Brasil como um todo. Observa-se que, nos anos iniciais, entre 2012 e meados de 2014, Ouro Preto tinha uma taxa baixa de informalidade, o que sugere que havia uma alta taxa de formalidade no município durante esse período. No entanto, a taxa de informalidade aumentou consideravelmente em 2015, retornando para níveis mais baixos no ano seguinte e depois apresentando uma piora até 2018.

Um ponto importante a ser considerado é que a trajetória de informalidade em Ouro Preto e no Brasil caminharam paralelamente, ou seja, com algum grau de correlação a partir de 2016, sugerindo que os determinantes das taxas de informalidade não são exclusivamente locais, mas influenciados por fatores mais amplos e contextuais, como variáveis macroeconômicas e políticas.

Além disso, a produtividade do trabalho foi analisada utilizando diferentes métricas, e observou-se uma redução no número de horas trabalhadas ao longo do período estudado.

CRESCIMENTO ECONÔMICO

O crescimento econômico geralmente é impulsionado pelo crescimento demográfico, mas o estudo aponta que houve transformações na variável demográfica em Ouro Preto, como o envelhecimento da população e a diminuição da força de trabalho. Isso representa desafios para o crescimento econômico, pois uma maior força de trabalho tende a contribuir para níveis de renda mais elevados.

O artigo utiliza os dados da Fundação João Pinheiro, obtidos no portal Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS), para analisar a evolução da população em Ouro Preto em relação à idade ativa e não ativa durante o período de 2012 a 2020.

População em Idade Ativa (15 a 65 anos): A população em idade ativa aumentou de 50.410 em 2012 para 53.336 em 2021, o que representa um crescimento de 5,8% ao longo do período analisado.
População em Idade Não Ativa (menor que 15 e maior que 65 anos): Esse grupo também apresentou um aumento, saindo de 19.860 em 2012 para 21.426 em 2020, representando um crescimento de 7,8%.

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