Hoje (19), os docentes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) aprovaram o indicativo de fim de greve, com retorno das aulas previsto para 1º de julho. Mas o que isso significa? Afinal de contas, a greve está de fato encerrada?
Em contato com o Galilé, Joana Amaral, representante do comando dos grevistas da UFOP, esclareceu os próximos passos. Durante a assembleia, foi apreciada uma pauta indicada pelo Comando Nacional de Greve, que visava avaliar as propostas apresentadas pelo governo, tanto pelo Ministério da Gestão e Inovação quanto pelo Ministério da Educação. Além disso, foi discutida a continuidade do movimento grevista ou a saída do movimento, em conjunto com o Andes, que é o Sindicato Nacional.
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Joana destacou que, embora os avanços em relação às reivindicações dos docentes tenham sido poucos em comparação ao que consideravam necessário — como reposição salarial e recomposição orçamentária da universidade —, a greve conseguiu pequenos progressos em direção à construção de uma educação pública de qualidade.
Entre as pautas levantadas, estavam a necessidade de novos investimentos para manutenção das atividades da universidade, a revogação de medidas antidemocráticas que dificultam o trabalho dos docentes e a garantia de uma educação gratuita e de qualidade para todos os estudantes.
“Embora os avanços não tenham alcançado os patamares desejados, a greve conseguiu dar pequenos passos na construção de uma educação pública de nível superior, de qualidade, socialmente referenciada e gratuita, acessível a todos os estudantes, especialmente aos filhos dos trabalhadores. A manutenção desse pilar é fundamental para o nosso movimento”, disse Joana ao Galilé.
A assembleia da UFOP deliberou pela construção coletiva da saída da greve. Isso significa que aguardarão as assembleias que estão acontecendo em outras universidades do Brasil, até amanhã (20), para que todas as instituições se manifestem. A UFOP indicou o dia 1º de julho como data provável para o fim coletivo da greve.
Após a conclusão das assembleias nacionais, o Comando Nacional de Greve enviará um balanço para as universidades, que então se reunirão novamente em assembleia para discutir esse balanço e aprovar, em definitivo, a saída da greve.
Joana ressaltou a importância de uma construção coletiva para a manutenção de uma saída forte do movimento, destacando a necessidade de uma união dentro do Andes Sindicato Nacional. Desde o início da greve, em 15 de abril, com a adesão de 17 instituições, o movimento tem sido marcado por deliberações coletivas e unificadas.
“É um processo de construção coletiva, importante para garantir uma saída forte do movimento, com avanços e com a nossa voz firme na disputa pelo orçamento público federal. Então, o resultado da assembleia indica um possível fim da greve, mas ainda não é definitivo. Ainda vamos analisar sob uma ótica coletiva dentro do Andes Sindicato Nacional”, ressaltou Joana.
Portanto, apesar do indicativo de saída, a greve ainda não está oficialmente encerrada. A decisão final será tomada na próxima assembleia, após a análise das manifestações de todas as universidades envolvidas no movimento grevista.
Por isso, siga o cronograma:
19 e 20 de junho:
- Realização das assembleias nas demais universidades em greve por todo o Brasil para que se manifestem sobre o indicativo de fim de greve.
21 a 23 de junho:
- O Comando Nacional de Greve analisa os resultados das assembleias nacionais e elabora um balanço geral sobre a situação do movimento.
24 de junho:
- Envio do balanço geral pelo Comando Nacional de Greve para as universidades.
25 a 28 de junho:
- Realização de uma nova assembleia na UFOP para discutir o balanço recebido e decidir pela aprovação definitiva ou não do fim da greve.
29 de junho:
- Comunicado oficial do resultado da assembleia da UFOP sobre a decisão final do fim da greve.
30 de junho:
- Preparativos finais para o retorno às aulas, incluindo reorganização do calendário acadêmico e comunicação com a comunidade universitária.
1º de julho:
- Possível etorno efetivo das aulas na UFOP, caso o fim da greve seja aprovado definitivamente.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.