Diretores de escolas de Mariana questionam novo processo seletivo

A última reunião ordinária da Câmara Municipal de Mariana, realizada ontem (15), recebeu diversos diretores da rede municipal de ensino da cidade. Os servidores estiveram presentes na Casa de Leis com a intenção de questionar o processo seletivo para escolha das novas chapas ou renovação do quadro nas escolas. No plenário, foi lido um Projeto de Lei apresentado por Fernando Sampaio (PSB), que propõe alterações no processo de eleição.

De acordo com a classe , o processo seletivo já passou por três adiamentos sem justificativa, causando prejuízos para aqueles diretores que se inscreveram desde o início da divulgação feita pela prefeitura de Mariana. O edital lançado prevê a eleição em três etapas: análise de documentos, prova objetiva e eleição por meio de consulta pública nas comunidades para escolha da chapa que administrará as instituições de ensino nos próximos quatro anos. Os diretores pedem a anulação da prova, alegando que a cada adiamento, candidatos que não se inscreveram dentro do prazo anterior entram na disputa. Com isso, a classe alega que não há isonomia no concurso e pedem que a eleição seja realizada diretamente.

O representante dos diretores que falou no plenário da Câmara, Helerson Freitas, afirmou que o último adiamento se deu neste mês.

“Nessa última vez que eles nos informaram, disseram que haveria uma mudança de data com uma prova que seria realizada no próximo dia 21. Acreditamos que estaríamos sendo lesados. Por isso, solicitamos aqui que a prova não ocorresse e que houvesse apenas o processo de eleição dos diretores“, disse Helerson ao Galilé.

Ele ainda afirma que existem outros problemas que tornam o processo sem a lisura necessária. Há uma suspeita de que pessoas que participaram de construção do processo seletivo estariam habilitadas para disputar as vagas de diretores em Mariana.

“Isso não é correto. São pessoas, né? Que estão certificadas para a disputa da eleição de diretores. A princípio, eles não poderiam participar de forma alguma porque estiveram envolvidos na construção do processo. Eles não podem estar participando dessa eleição. Automaticamente, eles não poderiam participar das eleições porque foram responsáveis por toda a construção do processo de contratação da empresa e dos editais. A própria empresa já nos passou essas informações. Portanto, eles não deveriam estar envolvidos na disputa, uma vez que foram responsáveis pelos processos”, relatou Helerson ao Galilé.

A grande presença dos servidores motivou uma longa discussão no plenário da Câmara, com discursos incisivos de alguns parlamentares. O presidente da casa, Fernando Sampaio (PSB), afirmou que:

“No meu entendimento tem que tirar a prova, já apresentei um projeto de lei que foi lido e retorna semana que vem após ser analisado. Psicologicamente vocês (os diretores) não estão aptos para fazer uma prova. Porque vocês tiveram o tumulto dentro das escolas, agressividade dentro das escolas. Vocês se preparam para a prova dia 21 e agora não tem dia 21 mais. Sou contra a prova nesse momento por isso, vocês já provaram que tem capacidade de ser diretor”, afirmou Fernando Sampaio em plenário.

O ex-prefeito interino e vereador Ronaldo Bento (PSB) corroborou com o presidente da Câmara e também defendeu a anulação da prova. A Câmara marcou uma reunião hoje (16) às 14h30, com os membros do executivo para entender a motivação dos adiamentos e os próximo procedimentos.

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