“A cidade de Ouro Preto está tomada pelo crack“, disse Alex Brito (PDT) ao comentar as cenas que viralizaram ontem (18), de uma mulher em situação de rua agredindo uma mulher à luz do dia, no centro de Ouro Preto. Por isso, esse tema pautou a Câmara na última reunião. Os vereadores falaram por um longo tempo sobre o problema das pessoas que estão nas vias de Ouro Preto, sendo muitas delas dependentes químicas.
O vídeo em questão mostra uma mulher, que está em situação de rua em Ouro Preto, reagindo a uma negativa de uma senhora para seu pedido. Ao perceber que não receberia o dinheiro, ela desfere um tapa e sai correndo.
VEREADORES COBRAM POR RESPOSTA
De acordo com os parlamentares, esse caso não é isolado no município. Para Luiz Gonzaga (PSB) e Júlio Góri (PSDB), essas pessoas precisam de ajuda, mas também é necessária uma maior mobilização do poder público.
Júlio afirmou que tem uma pessoa da família nesta situação: “Tenho um primo nessa situação. É uma tristeza o que meus tios passam. Tem que fazer uma coisa. Não pode ter mamata para esses traficantes que vendem as drogas, que estão destruindo as famílias”, disse Góri.
QUAL A SOLUÇÃO PARA A DEPENDÊNCIA QUÍMICA EM OURO PRETO?
Alex Brito, por sua vez, destacou que já havia enviado à Casa de Leis uma série de projetos que pedem um local unificado para tratar essas pessoas na cidade. A iniciativa dele é a instalação de uma Casa de Reabilitação de Drogas e Álcool de Ouro Preto. Para o vereador do PDT, as drogas são as causadoras desse problema social.
“A cidade de Ouro Preto está tomada pelo crack. A coisa acontece há muito tempo. Só que hoje aconteceu um caso que nos despertou, porque foi com turista“, relatou Brito.
Wanderley Kuruzu (PT), entretanto, afirmou que clínicas de reabilitação não funcionam de forma eficaz: “Essas clínicas de recuperação pouco resolvem. A pessoa vai, fica lá um tempo, as vezes fica sem usar, engorda um pouco e volta. Mas essa é uma doença que envolve a família. Precisa tratar a família”. Para ele, o que pode ser a solução é a implantação de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), modalidade III.
Essa modalidade, segundo o Ministério da Saúde, “atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de problemas mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso decorrente de álcool e outras drogas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento 24 horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive CAPSad, possuindo até 05 (cinco) leitos para acolhimento noturno. Indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de 150 mil habitantes”.
A vereadora Lilian França (PP) afirmou que “a dependência química é um desafio da humanidade”, não somente de Ouro Preto. Para ela, essa problemática envolve questões estruturais, que envolvem diversos âmbitos do poder público: da orientação aos jovens até a segurança pública e as forças de segurança.
O parlamentar Renato Zoroastro (PSB) pediu políticas públicas para enfrentar o problema. “Ainda precisa mais. Se tem outras políticas que estão sendo implantadas, nós precisamos dar uma resposta para a população”.
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Atualmente, o Centro POP, equipamento da Secretaria de Desenvolvimento Social, atende diretamente as pessoas em situação de rua. Com o objetivo de acompanhamento especializado na perspectiva de construção de novos projetos de vida dessa população, o Centro oferece serviços de acolhimento e escuta qualificada individual e/ou em grupo; Oficinas terapêuticas e atividades em grupo; Apoio na reinserção social; Alimentação; Guarda de pertences; Higiene pessoal e Lavanderia. Ele fica localizado na rua Padre Tobias, n° 109, bairro Antônio Dias, em Ouro Preto.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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