Cartazes provocativos anunciando a venda de uma escrava espalharam-se por pontos estratégicos no centro e no campus da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), causando grande repercussão. A imagem retrata uma jovem mulher negra com a palavra “escrava” em destaque e a mensagem abaixo descreve suas habilidades e razões para venda. Os cartazes, parte de uma série chamada Madresmortas, promovida pelo Núcleo de Investigações FEminIstAS (Ninfeias), têm como objetivo suscitar debates sobre racismo, opressão e identidade.
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A Revista Raça, especializada em cultura preta, repercutiu os cartazes em sua última publicação. O jornal Estado de Minas também publicou uma completa reportagem sobre a iniciativa artística.
Os lambes, colados desde a semana anterior, geraram diferentes interpretações na população local. A ação visava desconfortar e incitar discussões, mas alguns moradores não entenderam inicialmente sua proposta. Alguns temiam que as mensagens fossem mal interpretadas, levando a um desconforto, principalmente entre as pessoas negras.
A artista por trás dos cartazes, Marcinha Baobá, esclareceu que sua intenção não era vender pessoas escravizadas, mas sim relembrar um passado doloroso e destacar as questões atuais de exploração e opressão. A ação faz parte da Mostra Visualidades na VII Semana Afrofeminista da UFOP, que busca retratar cenas comuns antes da abolição da escravidão e levantar questionamentos sobre a realidade atual do Brasil.
A intervenção artística tem gerado amplo debate sobre a abordagem e a mensagem por trás dos cartazes, destacando a importância de abordar temas sensíveis com cuidado e clareza para evitar mal-entendidos e proporcionar uma discussão construtiva sobre questões históricas e sociais.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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