Ana Ty, drag queen de Itabirito, se apresenta na maior Parada LGBT do mundo

A 28ª Parada do Orgulho LGBT+, que reuniu cerca de 73 mil pessoas durante o pico de concentração de público na Avenida Paulista, em São Paulo, teve uma representante de Itabirito se apresentando. Ana Ty, drag queen representada pelo artista Carlos Lopes, esteve presente no evento no último domingo (02), trazendo brilho e representatividade.

O Jornal Galilé conversou com o artista, que revelou o processo de criação que deu vida à Ana Ty, bem como todo o percurso que ele trilhou para chegar a esse ápice que foi a apresentação na maior parada do mundo.

Carlos destaca que já se apresentou muitas vezes como Ana Ty em Itabirito, e recebeu sempre muito amor e reciprocidade do público para com a drag. Nesse sentido, em São Paulo, cada momento foi um sonho. Ao Galilé, ele não deixou de citar as pessoas que o ajudaram nesse caminho. Além disso, Ana Ty representa não só a luta de Carlos, como de muitas pessoas e artistas

Confira a entrevista exclusiva para o Jornal Galilé com Ana Ty (Carlos Lopes)

Como surgiu a personagem Ana Ty? O que a inspirou a criar essa drag queen?

Ana Ty surgiu de uma paixão antiga. Desde jovem, eu me fantasiava nos carnavais de Itabirito, mas Ana Ty, a artista cantora, surgiu oficialmente em 2017. A inspiração veio da movimentação na cena drag no Brasil, impulsionada por figuras como Pabllo Vittar e Gloria Groove. Junto com meu amigo Luiz Antônio, percebemos que Ana Ty poderia se tornar algo comercial, um produto artístico. Sempre gostei de expressar a arte de formas diferentes, e essa foi uma oportunidade de levar isso a um nível mais profissional.

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Quais são os maiores desafios e as maiores alegrias de dar vida à Ana Ty?

Os maiores desafios são os preparativos – criar e preparar tudo é um processo longo e cansativo que muitas vezes passa despercebido. Porém, é essencial para que tudo saia perfeito no palco. A maior alegria é estar nos palcos, poder cantar e levar a arte às pessoas, especialmente como drag queen, que carrega uma representatividade maior. A equipe que trabalha comigo é fundamental para enfrentar esses desafios com sucesso, incluindo meu produtor artístico Marcos Fileto, o produtor musical Gnyn Beat, o stylist Pedro Birra e o maquiador Adler Gurgel.

Você já teve a oportunidade de se apresentar como Ana Ty em Itabirito ou em outras cidades da região dos Inconfidentes, e como foi a recepção do público local à drag?

Sim, me apresento frequentemente em Itabirito. No carnaval deste ano, fiz três shows na cidade e também participei do bloco da Calixto em Belo Horizonte. Além disso, trabalho como apresentadora em eventos locais como a Julifest e o festival Tudo é Jazz. A recepção do público é sempre maravilhosa, recebendo muito amor e carinho de pessoas de todas as idades e orientações sexuais. Esse apoio local é muito gratificante.

Como você vê o papel das drag queens na luta pelos direitos LGBTQIAP+?

As drag queens têm um papel importante na luta pelos direitos LGBTQIAP+, lutando junto com a comunidade. A presença em eventos como a Parada do Orgulho LGBTQIAP+ de São Paulo, uma das maiores do mundo, é uma vitória coletiva. Isso inspira e motiva muitas pessoas, mostrando que é possível alcançar espaços importantes, mesmo vindo de uma cidade pequena como Itabirito. A luta é pelo direito de pertencer e ocupar espaços, não só durante o mês do orgulho, mas o ano todo.

Ana Ty, Drag Queen de Itabirito, se apresenta na maior Parada LGBT do mundo — A parada de São Paulo tem quase 30 anos de tradição.

Como é ser uma drag queen de uma cidade do interior de Minas Gerais e alcançar destaque em um evento tão grandioso como a Parada LGBTQIAP+ de São Paulo?

É muito gratificante e surpreendente. Nunca imaginei que isso seria possível, e acredito que muitas outras pessoas também não. Construir minha carreira passo a passo, com muito trabalho, esforço e dedicação, junto com minha equipe, tem sido uma jornada incrível. Ana Ty deixou de ser apenas uma artista para se tornar um projeto que envolve muitas pessoas dedicadas. Alcançar esses espaços e conhecer pessoas dispostas a ajudar me mostra que estamos no caminho certo, e isso me deixa extremamente feliz.

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