O Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor) da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA/UFMG) anunciou a atribuição de mais uma imagem sacra ao célebre artista barroco brasileiro Antonio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho. A fonte das informações é da Agência Brasil.
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A cabeça de São Francisco Penitente, uma representação sacra utilizada em procissões, foi devolvida à Paróquia de São Caetano, em Cipotânea, Minas Gerais, em abril. O Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor), da Escola de Belas Artes da UFRJ, confirmou a autoria da obra através de exames. A imagem, feita em madeira policromada, foi encaminhada ao centro em 2016 para restauração e conservação, como parte do Projeto Extramuros, financiado pelo Ministério Público de Minas Gerais. Esta é a segunda obra confirmada como sendo de autoria de Aleijadinho pelo Cecor, a primeira sendo a imagem de Nossa Senhora da Piedade, de Felixlândia, há mais de dez anos.
Todas as obras já foram devolvidas às suas paróquias como de autores desconhecidos, mas somente a de São Francisco Penitente teve a autoria reconhecida. A imagem tem 1,27 metro de altura e pesa aproximadamente 16 quilos (kg).
A diretora do Cecor, Alessandra Rosado, explicou que a imagem de São Francisco Penitente é composta por vários blocos, já que se trata de uma imagem de vestir, e não possui uma estrutura esculpida artisticamente. Para confirmar a autoria de Aleijadinho, foram realizados estudos interdisciplinares envolvendo profissionais de história, conservação e restauração, além de cientistas da conservação.
Esses estudos combinaram análises documentais, históricas e contextuais da peça, juntamente com análises físico-químicas, identificação da madeira e radiografias. A remoção da pintura permitiu uma melhor observação dos estilemas característicos do artista, como os detalhes dos cabelos, olhos, sulcos nasolabiais, formato do queixo, barba e orelhas.
A diretora ressaltou que a imagem de São Francisco Penitente feita por Aleijadinho estava há 40 anos sem cumprir sua função devocional, guardada na matriz da igreja. Foi por meio do pesquisador Marcos Paulo Miranda, que incluiu a obra para restauração, que a suspeita de ser uma escultura de Aleijadinho surgiu. Os estudos realizados pelo Cecor concluíram que a imagem foi produzida pelo escultor entre 1790 e 1792, na região de Rio Espera, próxima a Cipotânea.
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Em Ouro Preto, encontram-se várias criações do renomado escultor, com destaque para diferentes obras. Pode-se mencionar os impressionantes púlpitos presentes na Igreja São Francisco, a notável capela-mor e o deslumbrante altar encontrados na Igreja de Nossa Senhora das Mercês. Além disso, temos os quatro anjos esculpidos que adornam a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, bem como os magníficos retábulos de São João e Nossa Senhora da Piedade, destinados à Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Essas são apenas algumas das obras marcantes desse talentoso artista presentes na cidade de Ouro Preto.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
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