Com expectativa de trazer 60 mil visitantes, Festival de Inverno de Ouro Preto começa este sábado (01)

“A vocação de Ouro Preto é a cultura”, foi assim que o prefeito da cidade, Angelo Oswaldo (PV), anunciou o Festival de Inverno de Ouro Preto de 2023. Em uma coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (30), no Museu da Vale, em Belo Horizonte, o chefe do executivo da cidade apresentou o conceito que norteia o evento que espera trazer para a Cidade Patrimônio cerca de 60 mil turistas. A frase-chave deste ano é “A minha cidade é criativa”, e do dia 1 ao 30 de julho, diversas atrações estarão espalhadas por todo o centro histórico do município.
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O anúncio do Festival de Inverno de Ouro Preto foi feito pelo prefeito ao lado do chefe de gabinete Zaqueu Astoni e o secretário adjunto de Cultura, Flávio Malta. Além deles, esteve presente também a Vale, representada pelo diretor do Instituto Cultural, Wagner Tameirão.

OURO PRETO COMO CIDADE CULTURAL

O prefeito menciona que a pandemia afetou diretamente a vida cultural no Brasil e em todo o mundo. Ele destaca que o festival representa um grande retorno cultural e é importante para a cidade de Ouro Preto. O prefeito ressalta o esforço conjunto da Prefeitura, produtores culturais, agentes culturais locais.

“Nós já enfrentamos muitas interrupções e dificuldades nos anos anteriores, e a pandemia afetou diretamente a vida cultural brasileira e a vida nacional. Todos nós sofremos com o impacto global da pandemia, e este festival representa um grande retorno. Ele é importante para toda a cidade, e a Prefeitura Municipal, juntamente com os produtores e agentes da ação cultural em Ouro Preto, nos distritos e também com a Universidade Federal de Ouro Preto, está realizando um festival de duas semanas. São tantas as produções culturais de Ouro Preto que tivemos que integrá-las em um grande festival”, disse o prefeito.

IMPACTOS ECONOMICOS E LEGADO

Por conta de todo esse foco em desenvolver a cultura, a cidade, que já recebe muitos turistas, deve receber ainda mais com o evento. Com isso, a economia de Ouro Preto recebe uma injeção de dinheiro que é muito importante para o desenvolvimento econômico do município. Por isso, o chefe de gabinete, Zaqueu Astoni, airmou que “o turismo é uma resposta dos investimentos culturais”.

Ao todo, contando o investimento de todos os apoiadores, o Festival de Inverno de Ouro Preto deve receber um investimento de quase R$ 2 milhões de reais. A prefeitura participa com um pouco mais de 400 mil, sendo todo o restante da verba vindo de outros lugares.

O diretor cultural da Vale, Wagner Temeirão observa que A participação da empresa como patrocinadora destaca o seu compromisso com a cultura local e reforça a importância do festival como um elemento significativo no calendário cultural da cidade.

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“O festival provoca essa transformação cultural regional e incrementa na economia da cultura, além de promover a proximidade que a empresa cria com o seu território, com a população e seu entorno.” A participação da população em eventos culturais, não apenas nos grandes shows, mas também nas demais atividades da programação, como mesas de livro, bate-papo, oficinas, palestras e o Festival de Inverno de Ouro Preto, é de grande importância. A programação do festival está focada em diversos segmentos, o que certamente irá atrair a identificação do público com alguma atividade cultural e motivá-lo a prestigiar o festival“, disse Wagner ao Galilé.

UFOP E PREFEITURA: SEPARADOS, PORÉM JUNTOS

Durante o evento, Angelo Oswaldo trouxe um panorama histórico do Festival de Inverno, explicando que o evento possui mais de 60 anos de história. As últimas edições foram realizadas pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), contudo, em 2023 será diferente.

A UFOP seguirá com o seu evento próprio, com programação mais dentro da universidade, a partir do dia 8 de julho. Porém, também será parte da programação deste grande evento chamado “Festival de Inverno 2023”. Angelo ao justificar, afirma que o evento da Prefeitura busca trazer o Festival para fora dos muros da universidade, ocupando de fato a cidade.

“O festival da UFOP Trata-se de um festival mais interno, concentrado em oficinas, atividades acadêmicas e cursos voltados para os estudantes e aqueles ligados à vida universitária. Nós estamos fora dos muros e a universidade está dentro dos muros. A UFOP está oferecendo esses cursos muito importantes, o que garante uma tradição do Festival de Inverno com essa parte acadêmica que recentemente não tinha sido realizada. Dessa forma, o festival ganha ainda mais força, tanto com uma programação intensa para o grande público nas ruas da cidade, como também com uma programação densa dentro das salas e espaços acadêmicos da UFOP”, disse Angelo.

TRIUNFO EUCARÍSITICO: 290 ANOS DA MAIOR CELEBRAÇÃO DO BARROCO

No dia 22 de julho haverá uma grande rememoração do barroco, na capital do barroco brasileiro. O prefeito destaca que a procissão ocorreu originalmente em maio de 1733, quando o Santíssimo Sacramento foi transferido da Igreja do Rosário para a recém-reinaugurada Matriz do Pilar. Angelo ressalta que a reconstituição do Triunfo Eucarístico não se limita ao aspecto religioso, mas tem uma significância cultural. Embora a dimensão da fé esteja presente, o evento também é considerado um exemplo importante da cultura e da história da região.

“No dia 22, um sábado à tarde, vamos reconstituir, 290 anos depois, a Procissão Triunfal do translado do Santíssimo Sacramento da Igreja do Rosário para a Matriz do Pilar, que estava sendo reinaugurada naquele momento, ocorrido em maio de 1733. Agora, em julho, após 290 anos, estamos reconstituindo o Triunfo Eucarístico, não apenas no sentido religioso, mas principalmente no âmbito cultural. É claro que possui uma dimensão de fé, mas é também um exemplo cultural e histórico que busca recriar o que foi essa procissão. Considerado um dos maiores eventos barrocos produzidos no Brasil durante o período colonial, estamos reconstituindo esse cortejo em 1993, quando completava 260 anos, e novamente em 2000 e 2011, quando celebrei o meu mandato como prefeito dos 300 anos de Vila Rica”, disse Angelo.

A festa, que mesclava elementos religiosos e profanos, destacava-se pela ostentação, com trajes adornados com pedras preciosas, alegorias, efeitos visuais e sonoros, danças, músicas, teatro, jogos públicos e uma profusão de luzes e cores. A decoração das casas e das ruas também era exuberante, com arcos de ouro e diamantes, altares, flores e perfumes.

A festividade buscava exaltar o sucesso da atividade mineradora, a riqueza do ouro e a euforia da sociedade. Era como se o ouro estivesse ao alcance de todos, criando a ilusão de uma sociedade igualitária e próspera, apesar das desigualdades existentes.

PROGRAMAÇÃO DESTE FINAL DE SEMANA

1 DE JULHO (SÁBADO)

• 16:00: Cortejo de Abertura “Cidade das Artes” – Largo de Coimbra
• 17:20: Show Vira Saia – Igreja do Rosário
• 20:00: Show Negritude Silvia Gomes e Diovane – Casa de Cultura Negra
• 20:00: Nascimento de uma banda que toca Milton, Corporação Musical Bom Jesus das Flores – Largo de Coimbra
• 21:30: EQUIPE ROCK – Praça Tiradentes
• 22:30: Show Nação Zumbi

2 DE JULHO (DOMINGO)

• 10:00-19:00: Corredor Cultural/Feira de saberes e sabores de Ouro Preto – Rua São José até Rua Getúlio Vargas
• 12:00: Show Banda Afrojá – Morro São Sebastião
• 13:00: Apresentação Tempero do Forró – Rua São José até Rua Getúlio Vargas
• 14:00: Apresentação: Astrogildo e seu carrinho / Palhaço Lumbriga – Rua São José até Rua Getúlio Vargas
• 15:00: Apresentação: O palhaço está Solto – Rua São José até Rua Getúlio Vargas
• 16:00: Poesia: Tardes Inconfidentes / Teatro: Literatura para dançar – Rua São José até Rua Getúlio Vargas
• 18:00: Banda Abadah

Certifique-se de verificar o local de cada evento para garantir que não haja conflito de horários e planeje sua participação de acordo com suas preferências e disponibilidade. Aproveite o festival!

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Igor Varejano

Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.